- Gestores observam poucas mudanças no cenário de fundos imobiliários;
- Mercado deve observar andamento dos juros no próximo ano;
- A tributação de dividendos também entra no radar do mercado.
No dia 30 de outubro, os brasileiros escolherão quem será o presidente da República pelos próximos quatro anos. Para quem investe em fundos imobiliários, as eleições 2022 também devem ser observadas de perto. Isso por conta das possíveis mudanças a depender do presidenciável eleito.
Atualmente, Lula e Bolsonaro vêm disputando a presidência nas eleições 2022. Em meio a isso, os grandes pontos que chamam a atenção do mercado de fundos imobiliários são o risco de tributação de dividendos e a condução da política monetária.
Segundo gestores consultados pelo InfoMoney, independentemente do presidenciável que vencer as eleições 2022, existe pouca margem de alterações — tanto na parte da isenção de rendimentos quanto na parte da taxa de juros.
Os juros e os fundos imobiliários
Por conta da escalada da inflação nos últimos anos, o Banco Central brasileiro passou a aumentar a taxa básica de juros, a Selic. De março do ano passado até agosto deste ano, a autoridade elevou os juros da mínima histórica, de 2% ao ano, para os atuais 13,75% ao ano.
Por conta do aperto monetário, os investimentos de renda fixa se tornaram mais atrativos. Com isso, aplicações de renda variável, como os fundos imobiliários, passaram a depreciar.
Contudo, em setembro, o Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta da taxa Selic. O tom mais ameno ocorre após o país registrar queda da inflação em meses recentes. Vale destacar que a Selic é o principal instrumento usado pelo BC para conter o aumento dos preços ao consumidor.
Agora, o mercado prevê que os juros atuais permaneçam até o próximo ano. Em meio a isso, os investimentos mais arriscados passaram a ser observados de perto pelo mercado.
No entendimento do sócio e diretor executivo da Fator ORE, Rossano Nonino, independentemente de quem vencer as eleições presidenciais, existe uma margem muito pequena de alteração nos juros. Neste sentido, o executivo argumenta que o BC possui independência.
Já ao levar em conta a correlação entre a performance dos fundos imobiliários com o comportamento dos juros, o gestor de Multiestratégia da RBR, Bruno Nardo, considera que o perfil do governo de Bolsonaro seria mais adequado à expectativa do mercado sobre a diminuição do indicador.
No curto prazo, o sócio e gestor de fundos imobiliários e Fiagros da Galapagos Capital, Felipe Solzki, acredita que o futuro presidente não causará reflexo direto na questão dos juros.
Contudo, no médio prazo, é importante observar as atitudes do chefe do Executivo sobre o cenário fiscal e capacidade de aprovação de medidas favoráveis para as contas públicas.
A tributação de dividendos e os fundos imobiliários
Outro fator a ser observado pelo mercado é o possível fim da isenção de tributação de dividendos de fundos imobiliários. No ano passado, essa possibilidade de tributação integrou o projeto relativo ao Imposto de Renda.
Mesmo com a aprovação do texto na Câmara, houve a retirada de alguns itens — como a cobrança de imposto sobre os dividendos dos fundos imobiliários. Atualmente, a proposta de reforma do Imposto de Renda está parada no Senado.
Com um novo governo a partir de 2023, os gestores não acreditam que essa pauta será dialogada novamente.
Perspectivas para os fundos imobiliários no próximo ano
Na perspectiva de especialistas consultados pelo Suno Notícias, o próximo ano tende a ser melhor do que em 2022. Em meio à estimativa de corte da Selic, os fundos imobiliários poderão ser ajudados na precificação.
Conforme os especialistas, ao mesmo tempo em que existem incertezas futuras, também há oportunidades.
No próximo ano, podem existir fundos imobiliários com pagamentos atrativos de dividendos. Isso pode ser observado até mesmo nos fundos de papel, que aplicam na dívida do setor imobiliário.
Também há chances de ganhos maiores em outros segmentos, como fundos de shoppings e fundos de lajes corporativas.
A razão disso é pelo fato de que o desempenho do mercado de fundos imobiliários tem associação direta com a Selic, Produto Interno Bruto (PIB) e inflação.
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