Nesta segunda, 3, Kwasi Kwarteng, o ministro das Finanças do Reino Unido, comunicou que o governo britânico voltou atrás com um pontos mais polêmicos do pacote de corte de tributos que foi divulgado recentemente. A proposta de abolir a taxa de 45% dos mais ricos do país, que ganham mais de 150 mil libras por ano, por volta de R$910 mil, foi revogada.
Desde que foi anunciado, este pacote de cortes de impostos vem sendo castigado pelo mercado financeiro e vem sendo alvo de críticas até mesmo do Partido Conservador.
Na última semana, a libra obteve as mínimas históricas, obrigando o Banco da Inglaterra a lançar um programa emergencial de compras temporárias de bônus do governo britânico, chamados Gilts, de longo prazo.
Retirar a taxação máxima de impostos para a população mais rica significava de 2 bilhões de libras dos 45 bilhões de libras em cortes de impostos comunicados pelo chanceler no chamado mini-orçamento.
Demais medidas anunciadas incluíam também um corte na alíquota básica do imposto de renda para 19%, a volta atrás do recente aumento do Seguro Nacional e a extinção do teto dos bônus dos banqueiros.
A primeira-ministra Liz Truss, que vinha sendo favorável ao prosseguimento da medida, anunciou na manhã de ontem que a extinção da taxa tinha se tornado “uma distração de nossa missão de fazer a Grã-Bretanha se mover”.
“Nosso foco agora é construir uma economia de alto crescimento que financie serviços públicos de classe mundial, aumente os salários e crie oportunidades em todo o país”, disse ela.
Kwarteng, por sua vez, disse à BBC que a idéia estava “afogando um pacote forte”, que engloba o apoio às contas de energia e cortes na alíquota básica do imposto de renda e do imposto sobre as empresas.
Ao ser perguntado se ele deveria pedir desculpas para as pessoas, ele disse “Nós ouvimos as pessoas. E sim, há humildade e contrição nisso. E estou feliz por isso”. por fim ele foi questionado se teria pensando em renunciar, e disse “Nem um pouco”.