- A melhora do cenário macro tende a favorecer os fundos imobiliários;
- Os investidores devem manter a carteira diversificada;
- Os fundos imobiliários permitem acesso simplificado ao mercado de imóveis.
Ao longo do ano passado e primeira metade deste ano, o mercado de fundos imobiliários apresentou fortes dificuldades. O ciclo de aumento da taxa Selic tornou a renda fixa mais atrativa. Apesar disso, especialistas consultados pelo Suno Notícias acreditam que 2023 tende a melhorar para a categoria.
A melhor perspectiva dos especialistas para os fundos imobiliários acompanha a melhora macroeconômica. Recentemente, o Banco Central interrompeu o ciclo de aumento da taxa Selic. Além disso, existe a previsão de que a taxa básica de juros da economia apresente queda futura.
Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano — o que representa o maior patamar em seis anos. Desde março do ano passado, a autoridade monetária vinha elevando a taxa de juros. Com isso, as aplicações de renda fixa passaram a ser favorecidas.
A Selic é o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação. A decisão de interromper o ciclo altista acompanha a queda da inflação recente. Tanto em julho quanto agosto, a inflação oficial do país apresentou redução. Em meio a isso, alguns economistas passaram a prever um cenário macro melhor.
O panorama mais positivo para a taxa Selic auxilia na precificação dos fundos imobiliários. Isso pode fazer com que a cota dessa classe de investimentos registre valorização futura.
Os especialistas consideram que existem incertezas, de forma a causar volatilidade. Apesar disso, eles também observam oportunidades.
Expectativa de performance dos fundos imobiliários
Para o próximo ano, a XP espera que a Selic finalize em 10%. Sendo assim, mesmo que seja um nível abaixo do atual, ainda deve permanecer elevada. Dessa forma, os economistas apostam em um panorama de desinflação.
Apesar disso, a analista CNPI e especialista em fundos imobiliários da XP, Maria Fernanda Violatti, considera que os dividendos de FIIs ficarão em níveis atrativos.
Devido a isso, a expectativa é que os fundos imobiliários de papel — com ativos atrelados às taxas com os níveis atuais — ainda oferecerão dividendos em patamares anualizados acima de 10%. Para o próximo ano, o dividend yield dos FIIs deve ser bastante próximo ao deste ano.
Sobre os fundos imobiliários de tijolo — com aplicação direta em imóveis — existiu uma oportunidade de ganho de capital e compra no segundo semestre deste ano. A estimativa de juros menores fez com que o mercado ficasse agitado.
Para o ano que vem, a especialista da XP espera que a reavaliação dos imóveis dos FIIs possa enfrentar uma alteração favorável. Isso especialmente diante da queda da taxa básica de juros.
Em meio à Selic menor, há a previsão de que os ativos se valorizem, de forma a também contribuir para a valorização das cotas no mercado secundário.
Violatti não encontra razões para retirar da fatia de fundos de papel das carteiras de fundos imobiliários. Ela considera ser importante manter a carteira diversificada.
Além disso, é importante que os investidores mantenham cautela ao decidir os fundos de tijolos — de modo a levar em conta que alguns têm maior potencial de valorização.
Funcionamento dos fundos imobiliários
Os fundos imobiliários representam uma forma simplificada de fazer investimento em imóveis. Essa categoria representa conjuntos de investidores que reúnem valores para aplicar em ativos do setor imobiliário.
Um gestor profissional fica responsável pela escolha dos imóveis ou ativos imobiliários que farão parte do fundo imobiliário. A decisão acontece com base na estratégia e tese de investimento estabelecida pelo FII.
A aplicação em fundos imobiliários ocorre por meio da compra de cotas. Dessa forma, o investidor passa a se tornar dono de uma pequena parte dos imóveis — sem precisar realizar a compra direta desses bens.
Ao longo do tempo, os resultados dos fundos imobiliários são distribuídos entre os cotistas. A divisão acontece de forma proporcional ao número de cotas que o respectivo investidor possui.
Os pagamentos podem acontecer de formas semestrais ou mensais, por exemplo. Além disso, os rendimentos podem ser isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas — desde que os FIIs sejam listados na bolsa de valores e contem com pelo menos 50 cotistas.
Confira a calculadora de investimento do FDR: