Bolsonaro é acusado de receber verba do AUXÍLIO BRASIL para campanha eleitoral. Entenda

O presidente da República e candidato nas eleições 2022, Jair Bolsonaro, recebeu mais de R$ 250 mil em doações para a campanha eleitoral. Deste montante, cerca de R$ 190 mil foram enviados via Pix no valor simbólico de R$ 1. O curioso é que, até mesmo os beneficiários do Auxílio Brasil participaram do ato. 

Bolsonaro é acusado de receber verba do AUXÍLIO BRASIL para campanha eleitoral. Entenda
Bolsonaro é acusado de receber verba do AUXÍLIO BRASIL para campanha eleitoral. Entenda. (Imagem: FDR)

Conforme apurado, do total de doações à campanha eleitoral de Bolsonaro, aproximadamente, 600 doadores são beneficiários do Auxílio Brasil. O número exato de 638 cidadãos incluídos na folha de pagamento do substituto do Bolsa Família que apoiaram o presidente foi originalmente divulgado em uma reportagem de O Globo

menos de uma semana para o primeiro turno das eleições 2022, Bolsonaro já recebeu R$ 1,5 mil em doações feitas por eleitores que se beneficiam do Auxílio Brasil.

Foram identificadas 511 doações no valor de R$ 1, além de outras 11 transações que consistem em doações de centavos. Enquanto isso, 136 movimentações foram realizadas com valores maiores

Conforme apurado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o maior valor doado para Bolsonaro por beneficiários do Auxílio Brasil foi o de R$ 100. Alguns beneficiários apoiadores de Bolsonaro afirmaram terem recebido mensagens através de grupos no WhatsApp pedindo as doações para a campanha eleitoral do presidente. 

“Não daríamos conta se não fosse o governo federal dando esse apoio às famílias na pandemia. O governo federal deu um apoio incrível, eu tenho 51 anos e nunca tinha visto isso. Votei em Bolsonaro em 2018 e nesse ano vou fazer de novo, e vamos ganhar no primeiro turno”, disse uma beneficiária doadora, ao jornal O Globo.

https://www.youtube.com/watch?v=QNsC0PzpAhQ

Beneficiários do Auxílio Brasil passam dificuldades com benefício de R$ 600

Enquanto uma pequena parte dos beneficiários do Auxílio Brasil decidiram compartilhar uma parte da transferência de renda com o presidente, outras milhares de pessoas dependem do programa para sobreviver. 

Dados levantados pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil apontam que 33,1 milhões de brasileiros passam fome. A pesquisa que relata a insegurança alimentar no Brasil foi divulgada no início do mês de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com os dados, 14 milhões de brasileiros se encontram em situação de fomemais de um ano. Em 2020, este número era de 212,6 milhões. A fome no Brasil chega sem cerimônia à mesa dos cidadãos. Ainda assim, Guedes insiste que a apuração é mentirosa

“Nós estamos transferindo para os mais pobres, com o Auxílio Brasil, 1,5% do PIB, 3 vezes mais do que recebiam antes”, disse.

No entendimento do ministro da Economia, programas sociais criados e viabilizados pelo Governo Federal são o suficiente para dizimar este cenário e, segundo ele, preservar o poder de compra, uma vez que o valor do benefício é três vezes maior do que os programas vigentes em governos anteriores.

Guedes se refere ao Auxílio Brasil no valor de R$ 600. Originalmente, o programa paga R$ 400, quantia fixada como valor mínimo a ser recebido pelos beneficiários a partir do mês de maio. Porém, com a promulgação da PEC dos Benefícios o programa teve um aumento de R$ 200. 

O que o ministro deixou de mencionar é que, a transferência de renda de R$ 600 é temporária, e será concedida somente até dezembro de 2022. Também é preciso levar em consideração que, embora o valor seja três vezes superior a iniciativas como o Bolsa Família, por exemplo, a realidade econômica nacional é outra. 

Os brasileiros vivem em meio à alta da inflação, que torna os alimentos e demais produtos e serviços cada vez mais caros e inacessíveis. Inclusive, uma apuração feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o Auxílio Brasil de R$ 600 é insuficiente para comprar uma cesta básica.

Qual é a origem das doações à campanha de Bolsonaro?

O propósito desta ação idealizada por eleitores que apoiam o presidente é a de que, todos os brasileiros que forem votar em Bolsonaro, façam doações em valores mínimos para a campanha. A quantia simbólica visa apenas promover um parâmetro de apoiadores usado como respaldo para evitar possíveis fraudes nas urnas eletrônicas.

“Só R$ 1 para declarar o voto em apoio à reeleição do Bolsonaro, o que servirá de parâmetro antifraude. Já fiz a minha parte”, diz uma dessas mensagens de incentivo às doações de baixo valor às quais o Painel teve acesso.

A ação foi motivada pela insistência de Bolsonaro na disseminação de fake news sobre a manipulação das urnas eletrônicas. O medo em perder o posto para o maior rival, o petista e ex-presidente, Lula, fez com que o atual chefe do Executivo Federal mudasse o discurso sobre a apuração dos votos. 

Há algum tempo, Bolsonaro era fielmente a favor do uso das urnas eletrônicas nas eleições, evidenciando a segurança do dispositivo. Hoje, o presidente insiste em defender o voto impresso, segundo ele, devido a possíveis fraudes nas urnas eletrônicas.

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Laura Alvarenga
Laura Alvarenga é graduada em Jornalismo pelo Centro Universitário do Triângulo em Uberlândia - MG. Iniciou a carreira na área de assessoria de comunicação, passou alguns anos trabalhando em pequenos jornais impressos locais e agora se empenha na carreira do jornalismo online através do portal FDR, onde pesquisa e produz conteúdo sobre economia, direitos sociais e finanças.