Tudo o que você precisa saber sobre o futuro do Nubank

As últimas semanas têm sido bastante “agitadas” no universo das fintechs por conta de acontecimentos e boatos envolvendo um dos principais bancos digitais do Brasil: o Nubank. Rumores sobre uma possível saída do “roxinho” do Brasil acabou deixando muita gente preocupada. Mas afinal de contas, o que aconteceu?

O surgimento 

O ano de 2013 tem uma importância muito grande para o mercado financeiro brasileiro. No dia 6 de maio daquele ano surgia uma solução que revolucionaria a vida de muita gente. 

Tudo começou quando um David Vélez, um empreendedor colombiano que morava em São Paulo precisou abrir uma conta bancária. Como estrangeiro, ele teve muita dificuldade, e não se conformava com isso.

Vélez, vendo uma grande oportunidade, se juntou com Edward Wible e Cristina Junqueira para fundar uma solução que fornecesse a melhor experiência bancária possível para seus usuários. Tudo começou com um cartão de crédito contratado e gerenciado de forma 100% online, sem tarifas.

O crescimento 

Os brasileiros, até então cansados das longas filas, tarifas elevadas, burocracias e atendimentos ruins das instituições financeiras tradicionais começaram a ver que nem tudo estava perdido. 

Num primeiro momento, os mais jovens foram os que mais se encantaram pela solução lançada pelo Nubank. Além da praticidade, começaram a conhecer uma solução focada na experiência do cliente.

O número de clientes foi crescendo, a tecnologia foi evoluindo, e novas soluções foram agregadas à fintech. Conta digital, programa de pontos, empréstimos, investimentos são alguns dos exemplos. Isso, claro, começou a chamar muito a atenção de fundos de investimento.

Cenário atual

O Nubank se tornou um fenômeno. Além da operação no Brasil, a fintech partiu também para a Colômbia e para o México. Em junho deste ano, o banco digital alcançou a marca de 65,3 milhões de clientes, superando, por exemplo, o Santander.

No modelo startup, muitas vezes os primeiros anos são muito desafiadores, pois não se vê o lucro, mas sim, oportunidades, que fazem o valor do negócio crescer e virar um atrativo para os investidores, com a possibilidade da geração de um lucro extraordinário no futuro.

Nubank na Bolsa de Valores

Isso fez diversos fundos colocarem dinheiro no Nubank, fazendo este alcançar a marca de unicórnio (startups avaliada em mais de US$ 1 bilhão). Foram diversas rodadas de investimento, até que o banco digital resolveu abrir capital em bolsa de valores. 

Isto aconteceu no final do ano passado, no dia 9 de dezembro, quando o Nubank realizou um IPO na bolsa de valores de Nova Iorque. Naquele momento, 815 mil investidores compraram ações da empresa, precificadas a US$ 9. Por algum tempo, o roxinho tomou o posto de maior banco da América Latina e uma das principais empresas do Brasil, em valor de mercado. Para os investidores brasileiros, o banco digital abriu capital na bolsa de valores brasileiras, a B3, fazendo, portanto, uma dupla listagem, nas duas bolsas, no formato de BDR’s.

Os BDR’s, ou Brazilian Depositary Receipts, são certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil que representam valores mobiliários de emissão de companhias abertas com sede no exterior.

Porém, algum tempo após a abertura do capital, as ações começaram a sofrer quedas expressivas. Apesar de isso ser um fenômeno comum nas bolsas de valores, em função de vários fatores, como especulações, isso começou a preocupar alguns investidores, clientes e até gerar boatos.

No último dia 15, o Nubank tomou uma decisão que causou confusões e preocupações. O banco digital anunciou o fechamento de seu capital na bolsa de valores brasileira, a B3.

O que esperar?

Mas afinal de contas, o que isso significa? O investidor que comprou BDR até então tinha o investimento no chamado Nível III. Em outras palavras, trata-se de um ativo emitido por empresas estrangeiras que possuem registro de companhia aberta no Brasil. Com a reestruturação, o Nubank optou por seguir com o chamado BDR Nível I, papel emitido por empresas estrangeiras sem que seja necessário o registro.

De acordo com o próprio Nubank, “a mudança permitirá que a gente reduza processos duplicados em várias jurisdições. Trabalhar com mais eficiência nos ajuda a manter sempre o foco nos clientes, em todos os países em que atuamos”.

Resumindo, temos assim algumas conclusões importantes: o Nubank não vai sair da bolsa de valores (continua com BDR’s), o Nubank não vai sair do Brasil e o Nubank continua sendo um dos principais bancos digitais do mundo. Para o usuário não muda absolutamente nada. Para o investidor, pode ser tomada a decisão de vender os BDR’s ou apenas fazer a conversão,

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Victor Barboza
Meu nome é Victor Lavagnini Barboza, sou especialista em finanças e editor-chefe do FDR, responsável pelas áreas de finanças, investimentos, carreiras e negócios. Sou graduado em Gestão Financeira pela Estácio e possuo especializações em Gestão de Negócios pela USP/ESALQ, Investimentos pela UNIBTA e Ciências Comportamentais pela Unisinos. Atuo no mundo financeiro desde 2012, com passagens em empresas como Motriz, Tendere, Strategy Manager e Campinas Tech. Também possuo trabalho acadêmicos nas áreas de gestão e finanças pela Unicamp e pela USP. Ministro aulas, cursos e palestras e já produzi conteúdos para diversos canais, nas temáticas de finanças pessoais, investimentos, educação financeira, fintechs, negócios, empreendedorismo, psicologia econômica e franquias. Sou fundador da GFCriativa e co-fundador da Fincatch.