Na última semana, o Ministério da Cidadania alega ter zerado a fila de espera do Auxílio Brasil após incluir 450 mil novas famílias no programa. O número de beneficiários atuais é de 20,65 milhões. Ainda assim, existe certa dificuldade em levar o programa para os mais de 33 milhões de brasileiros que passam fome.
O número de brasileiros que passam fome foi constatado através do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Realizado pela Rede Penssan, os dados foram divulgados em junho deste ano, fazendo um contraponto às divulgações intensas do governo quanto ao amparo aos vulneráveis perante a concessão do Auxílio Brasil.
O quantitativo não parece ter sido do agrado do ministro da Economia, Paulo Guedes, que durante evento do qual participou na última quarta-feira, (21), aproveitou para fazer críticas e negar a existência dos 33 milhões de brasileiros que passam fome.
Segundo ele, a insegurança alimentar no Brasil foi solucionada mediante a viabilização do Auxílio Brasil que, atualmente, oferece um valor três vezes maior do que os programas vigentes em governos anteriores.
O presidente Jair Bolsonaro também negou a escalada da fome este ano. Em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, em agosto, Bolsonaro disse que, no Brasil, não se vê gente “pedindo pão” na porta da padaria.
A quem o Auxílio Brasil é direcionado?
O Auxílio Brasil foi lançado em substituição ao Bolsa Família. Apesar da denominação e atualizações pontuais, ambos os programas têm o mesmo propósito: amparar a população brasileira em situação de vulnerabilidade social.
Para fazer parte do quadro de beneficiários do Auxílio Brasil, é preciso estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal. O sistema é uma espécie de banco de dados que reúne informações sobre a população brasileira de baixa renda. A partir daí, os cidadãos são direcionados a iniciativas sociais de acordo com a necessidade.
O CadÚnico possui regras próprias, como a comprovação salarial. Por exemplo, a família que deseja se inscrever no sistema deve apresentar uma renda mensal de até meio salário mínimo por pessoa, ou seja, R$ 606,00 ou três salários mínimos como renda familiar, R$ 3.636,00.
Estando de acordo com este perfil, o cidadão tem chances de ser incluído no Auxílio Brasil, desde que se enquadre nas linhas de pobreza extrema ou pobreza, cuja renda familiar per capita pode variar entre R$ 105 a R$ 210.
Então, existem três possibilidades para recebimento do Auxílio Brasil:
- Se já tinha o Bolsa Família: Auxílio Brasil será pago automaticamente;
- Se está no CadÚnico, mas não recebia o Bolsa Família: vai para a lista de reserva;
- Se não está no CadÚnico, é preciso buscar um Cras para registro, sem garantia de receber.
É extremamente importante lembrar que a família deve ser composta por algum desses componentes:
- Crianças;
- Gestantes;
- Mães que ainda estão em processo de amamentação;
- Adolescentes;
- Jovens entre 0 a 21 anos incompletos.