Nesta quarta-feira (21), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Anteriormente, o colegiado tinha elevado a taxa básica de juros da economia por doze vezes seguidas, como forma de controlar a inflação.
Desde março do ano passado, o Copom promoveu aumentos na Selic. A taxa básica de juros da economia saltou da mínima histórica de 2% ao ano para o nível atual — que vigora desde agosto deste ano. Ou seja, o Banco Central elevou a taxa em 11,75 pontos percentuais no período.
A manutenção da Selic em 13,75% ao ano era grandemente esperada pelo mercado. Na perspectiva de analistas, a taxa básica de juros deve permanecer neste nível até junho do próximo ano. Para o final de 2023, a estimativa é que o indicador fique em 11,25%.
A decisão mais recente não foi tomada por unanimidade. De nove membros do Copom, nove indicaram a preferência por manter a Selic em 13,75%. Já outros dois votaram por um aumento residual, de 0,25 ponto percentual. Isso resultaria em aumento da taxa de juros para 14% ao ano.
Atualmente, a Selic está no maior patamar desde novembro de 2016. Na ocasião, a taxa básica de juros da economia estava em 14% ao ano.
Selic ainda pode subir futuramente
Mesmo que tenha alterado o nível da Selic, o Copom informa que não descarta novo aumento caso “o processo de desinflação não transcorra como esperado”.
O colegiado informa que “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.
A taxa Selic é o principal instrumento utilizado pelo Banco Central para controlar o aumento da inflação. O recente aumento dos preços no país foi influenciado pela pandemia de coronavírus (que impactou a oferta de produtos) e pela guerra entre Rússia e Ucrânia (que afetou alimentos e combustíveis).
Apesar disso, o país vem registrando uma desaceleração da inflação oficial recentemente. Em julho e agosto, o Índice Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação.
De qualquer modo, o Copom alega que “a inflação ao consumidor, apesar da queda recente em itens mais voláteis e dos efeitos de medidas tributárias, continua elevada”.