Na última quarta, 21, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros da economia do país em 0,75 ponto percentual, para a faixa de 3% a 3,25%. Este foi o quinto aumento apenas em 2022 e o objetivo é o de segurar o aumento da inflação. Mas como este aumento prejudica o Brasil?
Em quase todos os países, os bancos centrais vem tomando medidas parecidas como esta ao passo que lidam com os problemas próprios de inflação.
Aqui no Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu nesta semana manter a taxa de juros em 13,75% após doze elevações consecutivas, que subiram a taxa em 11,75 pontos percentuais desde março do ano passado. Este foi o maior ciclo de altas da taxa de juros desde 1999, quando foi implementado o regime de metas da inflação.
O primeiro reflexo que o Brasil sentirá em decorrência da alta de juros nos EUA é que geralmente os investidores retiram recursos de países emergentes e os coloca em países mais ricos, tidos como mais seguros.
“Quando o Fed sobe os juros, há uma entrada de capitais nos Estados Unidos para se beneficiar desses juros maiores. Por mais que os juros lá sejam bem menores do que aqui, é um país muito mais confiável. Assim, a alta de juros leva a uma saída de recursos de países emergentes para o mercado americano”, explicou ao G1, Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados.
No entanto, por outro lado, a alta dos juros nos EUA e também em outros países desenvolvidos sinaliza uma desaceleração que pode acontecer na economia mundial no futuro.
Isto pois, quando os juros se elevam, os empréstimos ficam mais caros para famílias e empresas, reduzindo a atividade econômica. A desaceleração provoca queda na demanda por bens e serviços, podendo afetar as exportações do Brasil.
A subida de juros nos Estados Unidos ainda causa um medo de que sua economia esteja na estrada da recessão. Esta situação causaria ainda mais problemas para os outros países, inclusive do Brasil através das exportações.