Eleições 2022: veja quanto recebe um presidente da república e quais suas funções

 

Brasileiros têm menos de duas semanas para escolher o novo presidente da república. Na próxima semana, será realizado o primeiro turno das eleições 2022. Este ano, a votação é direcionada para o cargo de chefe de estado, deputados e senadores. Abaixo, um especialista explica os detalhes sobre salários e funções dos candidatos. Confira.

Eleições 2022: veja quanto recebe um presidente da república e quais suas funções (Imagem: FDR)
Eleições 2022: veja quanto recebe um presidente da república e quais suas funções (Imagem: FDR)

Você já se questionou quanto recebe um presidente da república? Ou quais são suas funções diárias? A cada quatro anos a população precisa determinar o novo chefe de estado, porém é preciso se informar sobre o papel desse político.

Abaixo, o FDR convidou Luiz Fernando, professor de Direito do Centro Universitário Braz Cubas. Em entrevista exclusiva ele explica a função de um presidente da república, valor salarial e mais. Acompanhe.

Quais são as atividades diárias de um chefe de estado?

Nas repúblicas presidencialistas – como o Brasil –, o Presidente é eleito pelo voto direto. Ele acumula duas funções muito importantes: chefe de governo e chefe de Estado. Como chefe de governo, o presidente é responsável por ações e decisões do cotidiano da política brasileira. Como gerir a administração federal, criar políticas e programas governamentais, sugerir leis, dentre outras atividades.

Já como chefe de estado, o presidente é o representante máximo do país perante o mundo. É ele quem recebe autoridades estrangeiras e também cabe a ele boa parte da representação diplomática do país no exterior. Por exemplo: todos os anos, o presidente brasileiro se pronuncia no discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas – uma posição de muito destaque.

Quanto recebe um presidente da república?

Atualmente, de acordo com o Portal da Transparência, o salário do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), é de R$ 30.934,70 brutos por mês –mesmo valor que recebe o vice-presidente, General Hamilton Mourão.

Quais são os benefícios legais concedidos para um presidente?

Além do salário, há ainda diversos benefícios:

Moradia

O Presidente da República tem direito a duas moradias oficiais em Brasília: o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto.

Plano de saúde

O presidente tem direito a plano de saúde que cobre todas as despesas dele e de todos os seus familiares diretos.

Cartões corporativos

O presidente tem direito a cartões corporativos para custeio de despesas diversas.

Cargos de confiança

O presidente ainda tem direito a assessores especiais e diversos cargos de sua confiança.

Aviões da Força Aérea Brasileira (FAB)

O presidente tem direito a viajar em aviões da FAB seja em missões oficiais, seja em viagens pessoais.

Foro Privilegiado

Assim como governadores, ministros, parlamentares e outras autoridades, o Presidente da República tem o direito de ser julgado em tribunais específicos, diferentemente de um cidadão comum.

Os familiares do presidente podem receber verba pública? Quais benefícios são autorizados pela constituição?

Sob pena de caracterizar o Nepotismo, os familiares do presidente não devem se beneficiados.

A palavra nepotismo designa a prática criminosa de favorecer parentes e pessoas próximas para a ocupação de cargos da administração pública. O nepotismo, quando confirmado, pode causar prejuízos ao bem público, pois normalmente a nomeação de parentes ocorre não pela competência da pessoa favorecida, mas pelo simples laço de parentesco ou amizade.

O presidente é o maior poder do país? Ele está subordinado a alguém?

O cargo de mais alto comando na nossa República é o de Presidente da República. Ele (ou ela)  é responsável pelas principais alianças políticas e econômicas em nome do país.

Ele não é subordinado, entretanto, seus atos são fiscalizados pelo Poder Legislativo.

Qual órgão da justiça fiscaliza as atividades do presidente?

De acordo com a Constituição, ao Legislativo compete basicamente legislar e fiscalizar os atos do Executivo. No âmbito federal, o poder legislativo é exercido pelo Congresso Nacional – composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Na Câmara, ficam os deputados federais e no Senado, os senadores.

O que acontece (ou deveria acontecer) se um presidente é pego violando a constituição?

De acordo com o artigo 85 da Constituição Federal, considera-se crime de responsabilidade os atos que atentem contra a Constituição e, especialmente, contra: a existência da União; o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a segurança interna do País; a probidade na administração; a lei orçamentária; o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Algumas das coisas, presentes na Constituição, que o presidente não pode fazer são: declarar a guerra, salvo os casos de invasão ou agressão estrangeira, ou fazer a paz, sem autorização do Congresso Nacional; impedir por violência, ameaça ou corrupção o livre exercício do voto; tentar mudar por violência a forma de governo da República.

O que acontece quando o presidente está ausente ou não pode mais exercer o cargo?

Nos termos da Constituição Federal, o Presidente é substituído pelo Vice-Presidente.

Adicionalmente, com apoio na Constituição Federal, esclarecemos ainda:

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente.

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

  • 1º Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
  • 2º Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

O que é a constituição brasileira e para que ela serve?

Constituição é a lei mais importante de um país.

Ela organiza o Estado, estabelecendo, no caso brasileiro, a separação entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

A Constituição Federal, também conhecida como Carta Magna dá as diretrizes para o bom desempenho do administrador público frente aos administrados, bem como estabelece diversos direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, a liberdade religiosa e aqueles relacionados a trabalho, previdência, educação, saúde e assistência social.

A Constituição é a lei máxima de um país, que traça os parâmetros do sistema jurídico e define os princípios e diretrizes que regem uma sociedade.

A Constituição, essencialmente: (a) regula a natureza, a amplitude e o exercício dos poderes do Estado; (b) institui os direitos básicos dos cidadãos; (c) define as instituições essenciais ao Estado e fixa as suas competências; e (d) define os métodos de escolha dos governantes.

Quem já foi presidente do Brasil?

Até aqui, 38 são os Presidentes, conforme a sequência abaixo:

  • (1) Deodoro da Fonseca (1889-1891)
  • (2) Floriano Peixoto (1891-1894)
  • (3) Prudente de Morais (1894-1898)
  • (4) Campos Sales  (1898-1902)
  • (5) Rodrigues Alves (1902-1906)
  • (6) Afonso Pena (1906-1909)
  • (7) Nilo Peçanha (1909-1910)
  • (8) Hermes da Fonseca (1910-1914)
  • (9) Venceslau Brás (1914-1918)
  • (10) Delfim Moreira (1918-1919)
  • (11) Epitácio Pessoa (1919-1922)
  • (12) Artur Bernardes (1922-1926)
  • (13) Washington Luís (1926-1930)
  • (14) Getúlio Vargas (1930-1945)
  • (15) José Linhares (1945-1946)
  • (16) Eurico Gaspar Dutra (1946-1951)
  • (17) Getúlio Vargas (1951-1954)
  • (18) Café Filho (1954-1955)
  • (19) Carlos Luz (1955)
  • (20) Nereu Ramos (1955-1956)
  • (21) Juscelino Kubitschek (1956-1961)
  • (22) Jânio Quadros (1961)
  • (23) Ranieri Mazzilli (1961)
  • (24) João Goulart (1961-1964)
  • (25) Ranieri Mazzilli (1964)
  • (26) Humberto Castelo Branco (1964-1967)
  • (27) Artur da Costa e Silva (1967-1969)
  • (28) Emílio Médici (1969-1974)
  • (29) Ernesto Geisel (1974-1979)
  • (30) João Figueiredo (1979-1985)
  • (31) José Sarney (1985-1990)
  • (32) Fernando Collor de Melo (1990-1992)
  • (33) Itamar Franco (1992-1995)
  • (34) Fernando Henrique Cardoso (1995-2003)
  • (35) Luis Inácio Lula da Silva (2003-2011)
  • (36) Dilma Rousseff (2011-2016)
  • (37) Michel Temer (2016-2019)
  • (38) Jair Bolsonaro (2019-)

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Eduarda Andrade
Mestre em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a edição do Portal FDR e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas sociais. Começou no FDR há três anos, ainda durante a graduação, no papel de redatora. Com o passar dos anos, foi se qualificando de modo que chegasse à edição. Atualmente é também responsável pela produção de entrevistas exclusivas que objetivam esclarecer dúvidas sobre direitos e benefícios do povo brasileiro. - Além do FDR, já trabalhou como coordenadora em assessoria de comunicação e também como assessora. Na sua cartela de clientes estavam marcas como o Grupo Pão de Açúcar, Assaí, Heineken, Colégio Motivo, shoppings da Região Metropolitana do Recife, entre outros. Possuí experiência em assessoria pública, sendo estagiária da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco durante um ano. Foi repórter do jornal Diário de Pernambuco e passou por demais estágios trabalhando com redes sociais, cobertura de eventos e mais. - Na universidade, desenvolve pesquisas conectadas às temáticas sociais. No mestrado, trabalhou com a Análise Crítica do Discurso observando o funcionamento do parque urbano tecnológico Porto Digital enquanto uma política pública social no Bairro do Recife (PE). Atualmente compõe o corpo docente da Faculdade Santa Helena e dedica-se aos estudos da ACD juntamente com o grupo Center Of Discourse, fundado pelo professor Teun Van Dijk.