Durante os últimos meses, o brasileiro vem percebendo as idas ao supermercado se transformarem em um grande problema matemático. Os preços nas prateleiras sobem e o carrinho vai para o caixa com cada vez menos produtos. Mesmo com o uso do Auxílio Brasil, cerca de 2,4 milhões de famílias não conseguem comprar o básico em 17 capitais.
O valor do programa Auxílio Brasil, criado pelo governo como substituto ao programa Bolsa Família, não é suficiente para comprar cestas básicas na maioria das capitais do país. O acréscimo de R$ 200 instaurado em agosto, ainda não cobre os gastos e apenas permite que a situação não seja ainda pior.
O baixo poder de compra do brasileiro está refletido em várias camadas da sociedade e em diversos setores, porém, quem mais sofre com a alta dos preços na alimentação são as camadas de mais baixo poder econômico.
Quem depende única e exclusivamente do Auxílio Brasil, muitas vezes tem de escolher opções menos saudáveis mas que pesam menos no bolso. Deste modo, a população sofre de insuficiência de alguns valores nutricionais.
Auxílio Brasil não elimina risco da fome
A cesta básica é um dos parâmetros principais para comparação do poder de compra, pois é com base nela que se calcula a quantidade de calorias que um indivíduo tem que consumir por cerca um determinado espaço de tempo.
Como a diferença de custo de vida é muito grande entre os estados, o valor do benefício não consegue atingir o preço do consumo. Essa impossibilidade, revela a fragilidade nutricional que pode ocasionar o aumento de casos de brasileiros passando fome.
Para evitar voltar ao mapa da fome, especialistas sugerem algumas melhorias a serem implementadas no programa. Uma delas seria calcular o valor em cima da composição familiar, sendo assim, uma família com mais indivíduos receberia um valor diferente de uma família menor. Outra proposta é a melhoria no Cadastro Único (CadÚnico), que traria dados mais informativos sobre os indivíduos.
A partir dessas mudanças, poderia ser pensada uma melhor distribuição do Auxílio Brasil, enxergando as diferenças de preços para consumo de cada região do país. Assim, aumentos no valor do benefício, como o que está acontecendo no momento, seriam melhor estudados e aplicados.
Lembrando que, o acréscimo de R$ 200, que começou a ser pago em agosto deste ano, só vai acontecer até dezembro. A emenda constitucional que o colocou com prática estabelece o limite de cinco meses, após isso o valor volta à normalidade, ficando em R$ 400.
Para o próximo ano, o orçamento do Auxílio Brasil já foi enviado e deve ficar na casa dos R$ 405. Se a inflação continuar no nível atual, o benefício não vai conseguir manter o poder de compra do consumidor. E, quem depende exclusivamente do benefício, corre um sério risco de voltar para o mapa da fome.