- Os fundos de dividendos aplicam em empresas com bom histórico de oferta de dividendos;
- Essa modalidade vem se destacando recentemente entre os investidores;
- Os investidores devem se atentar aos possíveis riscos da aplicação.
Entre os fundos de ações, os fundos de dividendos vêm se destacando recentemente. Apenas neste ano, esses fundos já chegaram a render até 24%, de acordo com um estudo feito por Marcelo d’Agosto, consultor financeiro e blogueiro do Valor Investe, com base em dados da plataforma Morningstar.
(Imagem: Montagem/FDR)
Os fundos de dividendos possuem carteiras compostas por ações de companhias com histórico e previsão de bom pagamento de proventos aos acionistas.
No Brasil, o mercado de fundos de dividendos ainda é novo. Essa modalidade passou a ficar popular depois da grande inflação observada no início dos anos 90.
Os dividendos representam uma parcela do lucro líquido de uma companhia — listada na bolsa de valores — que é repartida entre os acionistas. Os valores são distribuídos proporcionalmente ao número de papéis que o investidor tem da respectiva empresa.
Já no caso dos fundos de ações, os pagamentos destes proventos não ocorrem diretamente aos investidores. Neste cenário, o gestor do fundo fica responsável pelo lucro oferecido. Geralmente, essa pessoa reinveste os valores em ações — para que as cotas se valorizem.
Fundos de dividendos mais rentáveis deste ano
De acordo com o estudo, os fundos de dividendos mais rentáveis no ano, até o dia 30 de agosto, são:
- XP Investor Dividendos FIA: 23,68%
- Plural Brasil Dividendos FIA: 18,47%
- BRAM H Dividendos FIA: 11,93%
- Vitreo Dividendos FIA: 11,69%
- Safra Multidividendos PB FIC FIA: 11,46%
- Santander Dividendos FIC FIA: 11,09%
- Trígono Delphos Income Instituc FIC FIA: 10,98%
- BRAM Asset Dividendos FIC FIA: 10,85%
- BRAM Estratégia Dividendos FIC FIA: 10,82%
- BRAM Bradesco H Dividendos FIA: 10,80%
- Caixa Dividendos FIA: 10,75%
- BRAM Dividendos FIA: 10,71%
- BRAM Dividendos Ágora FIC FIA: 10,67%
- Safra Selection FIC FIA: 10,02%
- Trígono Delphos Income FIC FIA: 9,90%
- BRAM Prime Dividendos FIC FIA: 9,90%
- BB Brasilprev Top Dividendos FIA: 9,75%
- BRAM Dividendos FIC FIA: 9,71%
- Vinci Caixa Valor Dividendos FIA: 9,70%
- Vinci Chapada Dos Veadeiros FIA: 9,58%
De modo geral, grande parte dos fundos de dividendos chegou a render próximo ao Idiv, que é o indicador das ações que são destaques como boas pagadoras de proventos aos investidores.
Até o fim de agosto, esse índice registra elevação de 11%. Ainda vale destacar que, no mesmo período, esse patamar está mais que o dobro acima do Ibovespa — que é o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3.
Especialmente, neste momento, gestores e analistas consultados pelo Valor alegam que os acionistas precisam ter uma parte da carteira de investimentos alocada nesses papéis ou fundos. Isso conforme os objetivos e perfil de cada um, como forma de diversificar os riscos.
O motivo para isso não é o retorno oferecido anteriormente — já que não há garantia de que acontecerá futuramente —, mas por conta da perspectiva de um panorama incerto para os mercados.
O que são os fundos de dividendos
Conforme citado anteriormente, os fundos de dividendos contam, em suas carteiras, com ações de companhias com um consistente histórico de distribuição de dividendos.
De modo geral, estas empresas de capital aberto também possuem grande liquidez no mercado. Por conta disso, os fundos dessa modalidade contam com menos vulnerabilidade em situações de crise.
Consequentemente, ao realizar investimento em fundos de dividendos, os investidores podem lucrar tanto com o crescimento das ações quanto com a oferta de proventos. Mesmo que os papéis registrem desvalorização, ainda existe a possibilidade de ter as perdas reduzidas por conta dos dividendos.
Ainda cabe destacar que essa modalidade é uma aplicação de renda variável. Ou seja, os investidores devem entender que existem riscos envolvidos.
Um dos riscos dos fundos de dividendos é o de mercado, que tem relação com a volatilidade das ações — que afetam o patrimônio líquido da aplicação. Também existe o risco de crédito, que se refere à possibilidade das companhias, presentes na carteira, não cumprirem com seus deveres.
Outro risco, mesmo que menor, é o de liquidez. Quando existe menor procura do mercado pelos papéis da carteira, o gestor do fundo não consegue negociar ou liquidar os produtos pelo valor que gostaria.
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