Em julho, o volume de vendas no varejo caiu 0,8% em relação ao mês anterior. O indicador registrou queda pelo terceiro mês seguido. Os números fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (14).
O volume de vendas no varejo em julho foi pior do que o previsto pelo mercado. Segundo compilado pela Refinitiv, a expectativa era que o indicador registrasse queda de 0,3%.
Em comparação ao mesmo período do ano passado, as vendas no varejo apresentaram uma queda ainda maior, de 5,2%. Este valor também foi pior do que as perspectivas do mercado, que esperava um recuo de 3,5%.
Apesar disso, no acumulado deste ano, o varejo registra alta de 0,4%. Já nos últimos 12 meses, o volume de vendas do setor apresentou queda de 1,8%.
No comércio varejista ampliado — que inclui as atividades de veículos, motos, partes; e peças e material de construção —, o volume de vendas em julho recuou 0,7% em relação ao mês anterior. Já em relação ao mesmo mês do ano passado, a redução foi de 6,8%.
Maioria das atividades do varejo registrou queda em julho
Em julho, nove das 10 atividades pesquisadas pelo IBGE — considerando o varejo ampliado — registraram taxa negativa.
A principal queda ocorreu na atividade de Tecidos, vestuário e calçados (-17,1%). Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o desempenho nessa atividade possui alguns fatores.
Ele explica que “Algumas das grandes cadeias comerciais apresentaram redução na receita, sobretudo na parte de calçados. Além disso, pode haver também escolhas do consumidor, considerando a redução da capacidade do consumo atual”.
A única atividade que registrou alta no volume de vendas foi a de Combustíveis e lubrificantes (12,2%). Santos argumenta que isso aconteceu por conta da política de redução do preço dos combustíveis adotada pelo governo.
Estas foram as variações das 10 principais atividades pesquisadas em julho:
- Combustíveis e lubrificantes: 12,2%
- Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,6%
- Tecidos, vestuário e calçados: -17,1%
- Móveis e eletrodomésticos: -3,0%
- Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -1,4%
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -2,0%
- Equipamentos e material para escritório informática e comunicação: -1,5%
- Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -0,5%
- Veículos e motos, partes e peças (varejista ampliado): -2,7%
- Material de construção (varejista ampliado): -2,0%