Após polêmica, Bolsonaro diz que corte no Farmácia Popular vai ser revisto

Quando o texto do Orçamento 2023 foi enviado ao Congresso Nacional pelo Ministério da Economia, percebeu-se um corte de pelo menos 60% nas verbas do Farmácia Popular. Este é o programa responsável por autorizar o repasse de medicamentos, e produtos de higiene pessoal gratuitos para quem não tem condições financeiras de adquiri-lo. Após chuva de críticas, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a medida será revista.

Após polêmica, Bolsonaro diz que corte no Farmácia Popular vai ser revisto
Após polêmica, Bolsonaro diz que corte no Farmácia Popular vai ser revisto (Imagem: FDR)

Durante motociata em Natal (RN), o presidente Bolsonaro foi questionado pela CNN a respeito do novo orçamento para o Farmácia Popular. Em resposta, ele disse que o assunto será resolvido diretamente no Congresso Nacional, pediu que as pessoas não fiquem preocupadas. Mas admitiu que caso o texto não seja reformulado neste ano, “acertaremos no ano que vem”.

Ninguém será prejudicado em nosso governo, temos recursos porque não roubamos. Tem dinheiro sobrando para atender a tudo isso. E (o Farmácia Popular) será refeito agora pelo parlamento brasileiro, e se não for possível, nós acertaremos essa questão o ano que vem. Ninguém precisa ficar preocupado“, afirmou Bolsonaro.

Quando foi descoberto o corte de 60% no programa, passando de R$ 2 bilhões no Orçamento de 2022 para R$ 841 milhões incluso na proposta do ano que vem, houve um grande mal estar na campanha política do presidente. Bolsonaro tenta a reeleição, e ocupa a segunda posição nas pesquisas de intenções de votos.

Para os recursos do mesmo programa, mas dessa vez em outra modalidade, a que garantem desconto de até 90% nos medicamentos, houve redução de verba de R$ 444,9 milhões para R$ 176,7 milhões.

Importância do Farmácia Popular

Segundo dados do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) referentes a 2021, a Farmácia Popular atinge mais de 21 milhões de brasileiros em 3.492 mil municípios, por meio de mais de 28 mil farmácias conveniadas. Oferecendo gratuidade ou desconto de 90% em medicamentos e produtos de higiene básica.

Com o corte de 60% na verba destinada ao programa no próximo ano, pelo menos 13 tipos diferentes de medicamentos serão atingidos. São produtos relacionados ao combate de diabetes, hipertensão e asma, além de restringir a distribuição de fralda geriátrica.

Pensando na importância do programa, além de Bolsonaro, o ministro da Economia Paulo Guedes disse que o texto do Orçamento 2023 ainda pode ser revisto. E informou que além do Farmácia Popular, o Auxílio Brasil de R$ 600 também será encaixado, já que na proposta para o próximo ano o programa foi encaminhado a um valor médio de R$ 405,21.

Desenhamos o Auxílio até o fim do ano, mas já com o compromisso de que, assim que passada a eleição, nós já termos a fonte de recursos para fazer a prorrogação. Da mesma forma com a Farmácia Popular. A política ainda está se encaixando no Orçamento. É claro que o Auxílio Brasil tem que continuar em R$ 600. É a vontade da política, é a rede de proteção social. Da mesma forma o Farmácia Popular. O presidente garante que a Farmácia Popular vai seguir. É só um desencaixe temporário.”, informou Guedes.

 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com