Um estudo realizado pela Rede Penssan mostrou que três em cada dez famílias brasileiras sofrem com a insegurança alimentar. É grande o número de brasileiros que enfrentam dificuldades para comprar alimentos, precisando escolher entre quais itens levar para casa.
O quantitativo mencionado se refere aos brasileiros que sofrem com a insegurança alimentar grave. Considerando aqueles que se encontram na categoria “leve”, o grupo é composto por 125,2 milhões de brasileiros preocupados com a disponibilidade de alimentos.
Enquanto isso, seis em cada dez famílias brasileiras sofrem com insegurança alimentar devido à indisponibilidade de alimentos, ou até mesmo, passando fome. Ao observar a situação por regiões brasileiras, o Norte e o Nordeste enfrentam o patamar mais grave, com destaque para o Estado de Alagoas.
A unidade federativa sofre frequentemente com a insegurança alimentar que já atinge 36,7% das famílias pesquisadas. Em segundo lugar está o Piauí com 34,3%, seguido pelo Amapá com 32%. No final desta lista estão os Estados do Pará e Sergipe com 30%.
Em nota, o coordenador da Rede Penssan, Renato Maluf, disse que “os resultados refletem as desigualdades regionais registradas no relatório do II VIGISAN, e evidenciam diferenças substanciais entre os estados de cada macrorregião do país”.
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Fatores que contribuem para a insegurança alimentar
Antes de mais nada, é importante saber que, o conceito de insegurança alimentar foi dividido pelo estudo em três níveis:
- Leve: quando há preocupação ou incerteza se vai conseguir alimentos no futuro;
- Moderada: quando há uma redução concreta da quantidade de alimentos e o padrão saudável de alimentação é rompido por falta de comida;
- Grave: quando a família sente fome e não come por falta de dinheiro.
Considerando o recorte nacional, a insegurança alimentar grave atinge 15,5 das famílias, enquanto a insegurança alimentar moderada afeta 15,2%.
Suas causas são diversas como, a escassez de alimentos, problemas de abastecimento, produção insuficiente, desemprego, pobreza, preços elevados, mudanças climáticas. Atualmente, 41% da população brasileira enfrenta algum grau de insegurança alimentar. Os mais afetados são as crianças, sobretudo as que vivem na zona rural.
No ano de 2020, a insegurança alimentar moderada ou grave atingia 30% da população mundial. No continente africano, essa cifra saltou para 60%. Problemas de saúde física e mental, deterioração da qualidade de vida e a fome são consequências da insegurança alimentar.