A ShareWood, empresa suíça que ofertava investimentos em árvores no Brasil, foi fechada pela Justiça de Zurique e a diretoria da companhia é suspeita de fraude. De acordo com a imprensa local, cerca de US$100 milhões teriam sido investidos na empresa.
Fundada em 2007 em Zurique, a ShareWood oferecia a compra de árvores que ela cuidaria no Brasil para particulares, antes de revender a madeira nobre com certificado de sustentabilidade.
A empresa divulgou em seu site que em 2020 já possuía mais de 6 mil hectares de plantações de madeira nobre no Brasil, em especial no Mato Grosso.
Com o slogan “invista na madeira, para que seu patrimônio cresça naturalmente”, a empresa acenava com rendimentos que variavam entre 6% a 8,9% por ano, simultaneamente enquanto afirmava que se tratava de material renovável e que o investidor participaria do processo de reflorestamento e combate às mudanças climáticas.
A empresa conseguiu atrair cerca de 3 mil pessoas moradoras da Suíça, Alemanha, França, Itália e Áustria. Elas investiram montantes que variam entre de US$ 10 mil a US$ 140 mil para serem donas de árvores no Brasil.
No entanto, em 2021, estas pessoas foram surpreendidas com a informação de que Procuradoria-Geral do cantão de Zurique ordenou que a empresa fosse liquidada, em decorrência de suspeita de fraude. Segundo as autoridades foi realizado um grande trabalho de investigação, mas os detalhes não foram revelados.
Esta investigação, de acordo com jornal “Le Temps” de Genebra, teria revelado que as árvores vendidas no Brasil existem, mas que os investidores foram enganados sobre os critérios de investimentos. Também existiria uma possível suspeita da prática de “esquema Ponzi”, esquema esse que aportes de novos investidores permitiam pagar os grandes rendimentos dos investidores mais antigos.
Ainda de acordo com o jornal, alguns investidores chegaram a contratar detetives no Brasil para saber mais detalhes do negócio por aqui. Segundo a apuração dos detetives, a empresa ShareWood era constituída no Brasil por oito empresas diferentes, com significativos problemas de falta de pagamentos.
Essas empresas teriam vendido madeira ilegal como se fossem de reflorestamento. Uma das fazendas de plantação de madeira não existia.