Desde que o empréstimo pelo Auxílio Brasil foi sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em 3 de agosto, as famílias recebedoras deste benefício estão esperançosas para receber o crédito. No entanto, o pagamento ainda não foi liberado e não existe uma data fixa para que isso aconteça. Situação que tem gerado uma crise interna no Ministério da Cidadania.
O empréstimo pelo Auxílio Brasil, como foi criado e sancionado, deve permitir que o beneficiário comprometa até 40% da sua parcela mensal com o pagamento do crédito. Por se tratar de um consignado, o valor será debitado automaticamente do salário do cidadão todos os meses. Justamente por isso, as expectativas são de que os valores cobrados em juros sejam menores.
No entanto, não é dessa forma que tem sido visto nas financeiras e bancos que resolveram oferecer o empréstimo consignado do auxílio. Ao invés de cobrar uma taxa mensal de em média 2,14%, como acontece para aposentados e pensionistas, as taxas chegam a 86% ao ano, mais de 7% por mês.
Essa tem sido justamente a discussão do ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, que defende a fixação de uma taxa de juros. Apenas com a publicação do Ministério da Cidadania regulamentando o empréstimo pelo Auxílio Brasil é que os créditos finalmente poderão chegar aos cidadãos. Antes disso, apenas pré-cadastros estão sendo feitos, enquanto a população fica em uma espécie de zona de espera.
Por que o empréstimo pelo Auxílio Brasil ainda não foi liberado?
Existem algumas especulações que respondem a essa pergunta. A primeira é a de que o ministro da Cidadania esteja em discussão para defender a fixação de uma taxa de juros sobre o empréstimo pelo Auxílio Brasil que não seja abusiva. Ele tem defendido uma cobrança parecida com a que já é feita para os pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A outra possibilidade, dessa vez lida por alguns especialistas em política, seria a de que o crédito somente será liberado mais próximo do período de votação nas eleições 2022. Isso para fortalecer o aumento de votos para o presidente Jair Bolsonaro, que atualmente ocupa a segunda posição nas pesquisas de intenções de votos.
O primeiro turno acontece em 2 de outubro, enquanto o segundo turno está marcado para o dia 30 do mesmo mês. Enquanto isso, a regulamentação do empréstimo que era prevista para o início de setembro continua atrasando e tirando as esperanças dos beneficiários que esperam pelo dinheiro.