Em agosto, a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto fecharam com forte alta após meses seguidos em baixa. Destaque para os indicadores econômicos observados durante o mês, que fortaleceram a visão de que o ciclo de alta da Selic (taxa básica de juros) estava terminando.
Como a Selic é uma das mais importantes ferramentas do Banco Central para segurar a inflação, a queda leva os investidores a não aguardarem juros altos por muito tempo. Nesta situação, o preço dos títulos se movimenta no sentido contrário, isto é, taxas mais baixas e títulos valorizados.
Em julho, mesmo depois de se estabelecer no patamar de 13%, os juros dos papéis prefixados de curto prazo tiveram baixa e retornaram para patamares que foram registrados em abril, de 11% ano ano. Falando sobre aqueles atrelados à inflação, os 6% que eram vistos recentemente ficaram para trás. Neste momento, os papeis são negociados na faixa dos 5%.
De acordo com analistas, esta volatilidade faz com que apareçam oportunidades para ambos os lados, ou seja, para aqueles que já compraram e também para quem vai adquirir títulos do Tesouro Direto. Seja para equilibrar risco com as demais opções de investimento, seja para aproveitar oportunidades como estas de mudança de tendência nas taxas de juros”, disse ao Valor Investe, o estrategista de investimentos do Santander, Arley Junior.
No caso daqueles que desejam vender os papéis por agora, o Tesouro Prefixado foi o que trouxe mais retornos no período.
Valorização
Em agosto, o destaque em rentabilidade ficou com o Tesouro Prefixado. O papel que possui vencimento em 2029 foi o que mais teve incremento nos preços, com 6,56% em rentabilidade. No mês passado, o título ficou no negativo, com uma queda de 0,41%. Na quarta, 31, último dia de agosto, o papel estava pagando um retorno de 12,06%, com um investimento base de R$34,14. No mês, a taxa mais baixa do papel estava em torno de 11,70%.
Como vem acontecendo ao longo dos últimos meses, entre os papéis disponíveis para aplicação do pequeno investidor, os títulos ligados à Selic também terminaram agosto no terreno positivo (em termos nominais, desconsiderando a inflação). De forma respectiva, os retornos dos títulos com vencimentos em 2025 e 2027 foram de 1,19% e 1,12% em agosto.