Desde o ano passado, o Real Digital passou a ser uma possibilidade dentro da estrutura econômica do país. Já nesta semana, o Banco Central acabou revelando que neste mês devem começar os testes do Real Digital.
Ainda não foi revelado nenhum comunicado oficial sobre o assunto pelo Banco Central. Esta informação apareceu em uma apresentação realizada por Roberto Campos Neto, presidente do BC, na sexta passada, 26.
Segundo o material apresentado, a execução de projetos do Real Digital tem previsão de ser finalizado no ano que vem. De acordo com o cronograma inicial, a primeira “versão beta” do Real digital emitida por banco central (CBDC) seria distribuída ainda este ano, projeção prejudicada pela greve dos funcionários do BC.
O BC recebeu cerca de 47 projetos elaborados por 43 empresas diferentes. Deste total, nove projetos de uso da moeda digital foram selecionados pelo Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnologia (LIFT Challenge), que incluíam: Aave; Banco Santander Brasil; Febraban; Giesecke + Devrient; Itaú Unibanco, B3 e R3; Mercado Bitcoin, Bitrust e CPqD; Tecban e Capitual; VERT, Digital Assets e Oliver Wyman; Visa do Brasil, ConsenSys e Microsoft.
Real Digital
O Real Digital será uma extensão da versão física de nossa moeda. Inicialmente, a moeda deve funcionar como uma foto digital das cédulas físicas. Será necessário possuir uma carteira virtual diretamente de um agente financeiro autorizado pelo BC para utilizá-la mas não deve ser confundido como uma criptomoeda.
Na visão dos governos, as moedas digitais podem trazer mais “benefícios” como custo-benefício na emissão, inclusão financeira maior e menor custo de transações. Segundo o portal Atlantic Council, cerca de 90 países pensaram em criar uma CBDC e pelo menos sete tem projetos lançados.
Rudá Pellini, autor do best-seller “O futuro do dinheiro” e cofundador da Wise&Trust, science-driven venture builder, disse que o Banco Central ao decidir apostar no real digital, ele está indo no caminho dos gigantes como o Banco Central Europeu, o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) e o Banco Central Chinês, que lançarão em breve suas CBDCs – Central Bank Digital Currency, ou moeda digital emitida pelo Banco Central.
“O Brasil está prestes a proporcionar aos brasileiros mais liberdade financeira, segurança e rapidez nas transações, além de mais integração entre tecnologias diversas. Se tivermos nossa própria CBDC, poderemos ter a custódia do nosso dinheiro, e nosso dinheiro poderá ser como nossa carteira, onde guardaremos esse real digital sem precisar de uma instituição financeira para movimentar dinheiro nessa carteira, destaca Pellini.