No dia 9 de agosto foi divulgado o mais recente Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), onde foi possível perceber que houve aceleração no preço dos alimentos da cesta básica. Embora o Brasil tenha registrado a primeira deflação em mais de dois anos ao considerar valores dos combustíveis e energia. Dos 13 alimentos analisados, pelo menos 12 subiram de preço em um ano.
Nos índices analisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em um período de 12 meses, ou seja, de 1 ano, pelo menos 12 alimentos que compõem a cesta básica subiram de preço. Os destaques são dados, por exemplo, para a batata que cresceu 66,82%. O leite subiu 66,46%, e o café ficou 58,12% mais caro no mesmo período.
Ao analisar o estado de São Paulo, o Procon revelou em uma pesquisa divulgada no dia 16 de agosto, que o leite longa vida foi encontrado por R$ 6,79 por litro, em média. Mostrando que pelo menos para os paulistas o litro do leite é mais caro que o litro da gasolina, que foi encontrada por R$ 5,74.
O preço do combustível foi divulgada em 29 de julho pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). A relação entre os dois produtos mostra como itens básicos para o orçamento das famílias têm ficado cada vez mais caros. Considerando que o aumento de preços caí justamente sobre alimentos da cesta básica.
Em 2019, na última Pesquisa de Orçamento Familiar divulgada pelo IBGE, viu-se que famílias que ganhavam até R$ 1,9 mil gastavam mais de um quinto (22%) de sua renda com alimentação. Enquanto isso, quem tem mais poder aquisitivo maior gastava pelo menos 7% da sua renda para se alimentar.
Cesta básica cresceu nos últimos meses
Ao considerar os produtos mais impactados com alta de preços medidas pelo IPCA, alimentos e bebidas sofreram a maior alta de julho com crescimento de 1,30%. Em entrevista concedida para o G1, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, acredita em 2022 o valor dos alimentos suba 14,2%.
Para explicar o que pode ter motivado o aumento de preços desses itens, Fábio Romão relacionou os fatores externos e internos como principais causadores das mudanças.
“A guerra da Ucrânia trouxe um novo desarranjo para as cadeias logísticas, o dólar continua muito alto e favorecendo exportações, e mais uma vez houve questões climáticas que prejudicaram as safras“, diz Romão.