Pela sétima vez consecutiva, os analistas do mercado financeiro reduziram a previsão de inflação para este ano. Dessa vez, a estimativa caiu de 7,11% para 7,02%. As perspectivas foram divulgadas nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central.
Apesar da redução, a previsão na estimativa segue acima da meta de inflação, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2022, o centro da meta é de 3,5% — com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o aumento dos preços pode variar de 2% a 5%.
Apesar da meta definida para este ano, o próprio Banco Central já admitiu que o objetivo não será cumprido. No ano passado, o teto da meta também não foi respeitado.
Para 2023, por outro lado, os analistas do mercado aumentaram a previsão da inflação, de 5,36% para 5,38%. Caso a estimativa se concretize, o país descumpriria novamente a meta de inflação. Para o próximo ano, o centro da meta é de 3,25% — com a mesma margem de 1,5, ponto percentual.
No acumulado neste ano, a inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), está em 4,77%. Já no acumulado nos últimos 12 meses, o indicador supera os dois dígitos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Previsão do mercado para a taxa de juros
Os economistas mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros, a Selic. A previsão é de que a taxa de juros encerre 2022 a 13,75% ao ano. Esta perspectiva segue igual há oito semanas seguidas.
Para 2023, a estimativa também não passou por mudanças. Os analistas projetam que a Selic encerrará o próximo ano em 11% ao ano.
Atualmente, a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano — sendo o maior patamar em seis anos. Desde março do ano passado, o Banco Central tem elevado o indicador, como forma de tentar controlar a inflação. Até então, foram realizadas doze altas consecutivas na taxa de juros.
Quando a autoridade monetária eleva a Selic, ficam mais altos os juros cobrados em empréstimos, cartões de crédito e financiamentos. Isso desestimula o consumo — de modo a favorecer a redução da inflação.