A crise econômica é uma realidade permanente do país. A situação fica cada vez mais crítica, levando cerca de 18% dos brasileiros a ficarem endividados em virtude das despesas com alimentação.
O percentual de brasileiros endividados pela compra de comida foi o maior em cinco anos, identificado entre o período de janeiro a junho. Alguns fatores que influenciaram neste cenário de crise econômica são a disparada da inflação e a queda na renda do trabalhador.
Desta forma, no primeiro semestre de 2022, 18% dos brasileiros ficaram endividados por não terem condições de quitar as despesas com alimentação. Logo, tiveram o Cadastro de Pessoa Física (CPF) restrito. Essa é a circunstância mais crítica desde o primeiro semestre de 2017.
Na época, a empresa de inteligência financeira e análise de crédito, iniciou a tarefa de coletar os dados sobre brasileiros endividados. Portanto, no decorrer do primeiro semestre, foram feitas 1.500 consultas eletrônicas de inadimplência, com o objetivo de traçar o perfil desses consumidores.
Entenda porquê os brasileiros estão endividados
Em geral, o motivo pelo qual tantos brasileiros estão endividados é a dificuldade em honrar a validade das contas básicas do dia-a-dia. Entre elas: alimentação, educação, saúde, impostos, taxas diversas e lazer. Estas despesas foram responsáveis por levar 23% dos consumidores à situação de inadimplência.
Se tratando exclusivamente da alimentação, a dificuldade de custeio prevalece insistentemente desde o segundo semestre de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses até julho de 2022, a inflação sobre o setor de alimentos e bebidas corresponde a 14,72%. O percentual foi estabelecido através do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O índice é o medidor oficial da inflação apurada e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme observado, o resultado supera a variação do indicador como um todo no período, se fixando em 10,07%.
Na oportunidade, o economista da Boa Vista, Flávio Calife, declarou que, as “instituições financeiras nos relatam que o pessoal está pegando dinheiro (crédito) para pagar contas do mercado, do dia-a-dia”.
Vale mencionar que, após o desemprego, o histórico indica que o principal motivo para a inadimplência durante o primeiro semestre, segundo relatos de 28% dos entrevistados é a queda na renda em 24%.
Voltando um pouco no tempo, no segundo semestre de 2021, a parcela da população que alegou este motivo para não quitar as contas aumentou em três pontos percentuais.
A percepção geral é de uma piora drástica no quadro do endividamento pessoal. Desde o segundo semestre do ano passado, 37% dos brasileiros se consideram endividados. Esta é a maior taxa desde 2019, quando o registro foi de 39%.