No dia 9 de agosto, seguidores do Instagram da primeira dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, puderam assistir um vídeo em que o ex-presidente Lula participa de uma celebração da umbanda na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador. O vídeo foi compartilhado pela esposa do presidente com os dizeres “Isso pode né! Eu falar de Deus não”.
O vídeo compartilhado na conta de Michelle Bolsonaro foi postado pela vereadora de São Paulo, Sonaira Fernandes (Republicanos), defensora do atual presidente. Na sua publicação, a vereadora relaciona a participação de Lula em uma celebração umbandista como religião ligada “às trevas”, e diz que o candidato “já entregou sua alma para vencer essa eleição“.
Horas depois, o vídeo também foi repostado por Michelle em sua conta no Instagram. Embora a primeira dama tenha se limitado a escrever “Isso pode né! Eu falar de Deus não“, tanto sua publicação como a original feita pela vereadora bolsonarista podem ser vistas como intolerância religiosa.
Este tipo de intolerância é crime no Brasil, estabelecida por meio da Lei n°9.459, que classifica como criminosa a ação de “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.” Prevendo reclusão de um a três anos, mais multa.
O Projeto de Lei apresentado em 2019 pelo deputado Sergio Vidigal vai além, e no Artigo 208 classifica como crime o ato de: “Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso.”
O compartilhamento de Michelle Bolsonaro foi apagado de sua conta, mas a vereadora Sonaira manteve a mídia e as acusações contra Lula. O que foi chamado pelo colunista do portal UOL, Thaís Oyama, como “jogo sujo” ao relacionar o fato como uma forma de se aproximar daqueles que são contrários as religiões de matriz africana.
Disputa presidencial entre Lula e Bolsonaro
Divulgada nesta quinta-feira (11), a mais recente pesquisa da Quaest Consultoria, contratada pela Genial Investimentos, mostra empate técnico entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL) entre os eleitores do estado de São Paulo. O candidato petista tem 37% das preferências, enquanto o seu oponente conta com 35%.
Eles ocupam os dois primeiros lugares nas intenções de voto dos eleitores nas demais pesquisas. O primeiro turno das eleições acontece no dia 2 de outubro, e caso ocorra empate, os eleitores terão que decidir novamente quem ocupa a cadeira presidencial no segundo turno que acontece dia 30 de outubro.