O consignado do Auxílio Brasil tem dado o que falar nas últimas semanas. Enquanto os beneficiários fomentam as expectativas acerca da liberação do crédito, as instituições financeiras seguem receosas.
Em comunicado recente, bancos como o Bradesco, Santander e Itaú não demonstraram interesse no consignado do Auxílio Brasil. Por outro lado, a expectativa é para que a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco do Brasil (BB) sejam os primeiros a conceder a linha de crédito.
Pelo vínculo direto com o Governo Federal, acredita-se que a Caixa Econômica seja a pioneira no consignado do Auxílio Brasil. No entanto, o banco segue em fase de análise interna para definição das taxas de juros.
Segundo a presidente do banco, Daniella Marques, as taxas de juros do crédito consignado do Auxílio Brasil devem ser as menores do mercado. Até que haja uma determinação, várias financeiras já começaram a realizar cadastros de cidadãos curiosos, fazendo simulações com taxas que variam de 79% a 98% ao ano.
Daniella explica que o percentual ainda não foi estabelecido devido à política interna do banco, tendo em vista que existe todo um processo de balanceamento de crédito.
“Mas o que eu posso dizer é que existe o compromisso da Caixa de que seja feito na menor taxa possível e que a gente praticará a menor taxa do mercado, respeitando os comitês e a governança do banco”, alegou.
O que se sabe sobre o consignado do Auxílio Brasil?
O texto que regulamenta o consignado do Auxílio Brasil, permite que esse público também tenha acesso ao crédito ampliado de 35% para 40%. A iniciativa é uma novidade e tanto, tendo em vista que até então, beneficiários de programas sociais e cidadãos que dependam de todo o tipo de transferência de renda não tinham acesso a este tipo de empréstimo.
Perante a Lei nº 14.431, os beneficiários do Auxílio Brasil poderão comprometer até 40% do benefício mediante a contratação do empréstimo consignado. Com o aumento de R$ 200 passando temporariamente o valor da mensalidade para R$ 600, quer dizer que, o beneficiário terá a chance de usar até R$ 240 para pagar as parcelas.
O limite foi estabelecido visando impedir o superendividamento, evitando que as famílias em situação de vulnerabilidade social fiquem sem uma renda mínima. Desta forma, não teriam recursos financeiros para suprir as despesas essenciais e básicas da rotina, como alimentação, energia, água, aluguel e outros.
A vantagem é que, esse tipo de empréstimo tem juros mais baixos, pois o risco de inadimplência é menor, já que o valor da prestação é descontado diretamente na fonte pagadora.
Além das famílias que recebem o Auxílio Brasil e aquelas que já tinham acesso ao crédito consignado, também passam a ter acesso ao empréstimo as pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Ou seja, pessoas com deficiência e idosos em vulnerabilidade social. Eles também terão o limite de 40% do valor recebido. Como recebem um salário mínimo (R$ 1.212) poderão usar até R$ 484 nos empréstimos.