Ainda não foi confirmado o início do empréstimo consignado do Auxílio Brasil. Após o texto ser aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa sancionar a medida. Fontes ouvidas pela imprensa acreditam que a medida seja aprovada em agosto. Antes da liberação, instituições financeiras estão oferecendo um pré-cadastro para o crédito.
O texto prevê que a margem do consignado do Auxílio Brasil seja de até 40%. Isso significa que ao contratar o empréstimo o beneficiário pode comprometer até 40% do seu salário com o pagamento das parcelas. Quando o valor considerado era de R$ 400 a margem representava R$ 160, considerando os R$ 600 anunciados a partir de agosto, o comprometimento pode ser de R$ 240.
Embora a modalidade ainda não esteja disponível para contratação, os beneficiados já estão recebendo propostas para solicitar o empréstimo do Auxílio Brasil. Os agentes bancários informam que funciona como um pré-cadastro em que o cidadão fica em uma espécie de fila de espera aguardando que a medida seja aprovada.
Uma das opções, por exemplo, é o Banco PAN. Há relatos de pessoas que conseguiram simular a contratação de empréstimo em nome do auxílio nesta instituição. Para isso, bastou informar o RG, CPF, conta bancária e o código familiar do benefício.
Especialistas acreditam que os grandes bancos não devem oferecer o consignado. A taxa de juros ainda não foi divulgada, mas vai girar em torno de 5% ao mês. O prazo para pagamento será de até dois anos, ou seja, 24 parcelas.
Cuidado ao contratar o consignado do Auxílio Brasil
O grande diferencial do empréstimo consignado é que o pagamento das parcelas tem desconto direto na folha de pagamento. Isso significa que os recebedores do Auxílio Brasil devem ter ciência de que por um prazo de dois anos receberão 40% a menos de benefício.
Uma das preocupações está relacionada justamente ao comprometido do benefício com o crédito. Até dezembro deste ano o saldo será de R$ 600 e o valor para pagar o empréstimo poderá ser de R$ 240. No entanto, a partir de janeiro volta a parcela de R$ 400, e isso significa que a família vai comprometer mais que 50% do seu benefício com o pagamento de dívidas.
Outro ponto discutido pelos especialistas é a respeito da taxa de juros que pode elevar muito o valor a ser emprestado. Como os grandes bancos não têm demonstrado interesse em oferecer este crédito, as cooperativas menores devem liberar o dinheiro, mas cobrando juros maiores.