Nos últimos anos, a grande disputa entre os bancos digitais e os tradicionais ficou fortemente acirrada. As fintechs chegaram ao mercado oferecendo diversas facilidades sem burocracia e conquistou o público brasileiro. Porém, quando o assunto é limite de cartão de crédito, os grandes bancos ainda levam vantagem, de acordo com a Pesquisa Nacional de Cartões de Crédito (PNCC), que foi antecipada com exclusividade pelo portal Valor.
Foi avaliado que esta questão de limite de crédito deixa os clientes de bancos digitais menos satisfeitos, se tornando o ponto fraco das fintechs, “falha” que pode ser usada como chamariz pelos grandes bancos.
No geral, 69,1% dos usuários de cartão afirmam que o limite disponibilizado é o bastante para suprir suas necessidades, porcentagem mais alta em comparação com o registrado no ano passado, quando ficou em 65,1%.
Porém, existe uma disparidade quando olhamos para os diferentes tipos de instituições. Nos bancos tradicionais, o índice de satisfação com o limite de crédito sobe para 70% a 80%, ao passo que entre as fintechs, este índice cai para entre 48% e 58%. Quando falamos sobre cartões de varejistas, o índice de satisfação é de 64,1%, ante 60,9% na pesquisa anterior.
A Pesquisa Nacional de Cartões de Crédito, elaborada pela CardMonitor e pelo Instituto Medida Certa, está em sua 14ª edição, que ouviu 12,7 mil pessoas, através de entrevistas telefônicas, entre os meses de novembro de 2021 a janeiro deste ano. No total, foram avaliados 20,7 mil cartões.
O sócio-diretor da CardMonitor, José Antonio Camargo de Carvalho, disse ao Valor que ao passo que os bancos tradicionais possuem uma grande história em concessão de crédito, as fintechs ainda estão “desbravando mercados novos”. “É um público mais desconhecido e eles precisam ir com cautela na concessão de limites. É um processo que demora um pouco para amadurecer.”
Carvalho diz ainda que os bancos digitais também estão com uma grande pressão, pois no geral, eles possuem produtos que ainda não trazem lucros “Os bancos tradicionais estão na frente na habilidade de conceder crédito. E a gente percebe que se tem um ponto que eles poderiam capitalizar em cima dos digitais é na questão de limite de crédito”, disse.
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