CONTA DE LUZ: veja quais estados terão redução após determinação da Aneel

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) obrigou 10 distribuidoras de energia elétrica a reduzir o valor de cobrança na conta de luz. A ordem entrou em vigor na última quarta-feira (13), e por isso já deve começar a valer. A expectativa é que haja redução de pelo menos 5,26% no preço cobrado.

CONTA DE LUZ: veja quais estados terão redução após determinação da Aneel
CONTA DE LUZ: veja quais estados terão redução após determinação da Aneel (Imagem: Montagem/FDR)

Após a decisão que excluí da base de cálculos do PIS/Cofins a cobrança do ICMS sobre a energia elétrica, o governo decidiu pela devolução de crédito aos consumidores. Na prática, a população acabou pagando a mais na conta de luz e agora terá redução no valor com diminuição do reajuste anual.

Em 28 de junho deste ano, Jair Bolsonaro (PL) sancionou a lei que previa a restituição desses valores para a população. No entanto, nem todos os estados sentirão essas mudanças, porque o aumento da cobrança ficou maior do que o valor a ser devolvido.

É o caso do estado de São Paulo, por exemplo. Por lá, a Aneel aprovou que a Enel aumentasse, em média, 12,04% o valor das tarifas cobradas para 7,6 milhões de residências e empresas. De acordo com a Aneel, esta mudança já conta com o que seria restituído ao consumidor.

Taxa de redução liberada para as distribuidoras

Estado Distribuidora Reajuste sobre as tarifas vigentes Reajuste para o consumidor residencial (B1) Efeito total da retirada do ICMS do cálculo de PIS/Confins nas tarifas
Paraíba Energisa Borborema -5,26% -5,34% -7,81%
Rio de Janeiro Enel RJ -4,22% -4,34% -7,42%
São Paulo CPFL Santa Cruz -2,32% -2,45% -8,86%
São Paulo CPFL Paulista -2,44% -2,47% -4,87%
Sergipe Energisa Sergipe Esse -4,47% -4,75% -7,88%
Ceará ENEL CE -3,01% -3,02% -5,27%
Bahia Neoenergia Coelba -0,50% -0,50% -6,41%
Rio Grande do Norte ​Neoenergia Cosern -1,54% -1,54% -6,22%
Pernambuco Neoenergia Pernambuco (antiga Celpe) -4,07% -4,10% -5,96%
Sergipe Sulgipe -4,88% -4,75% -4,88%

Fonte: Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)

A exceção fica por conta das distribuidoras EMS (Energisa Mato Grosso do Sul) e da EMT (Energisa Mato Grosso). Para essas duas a Receita Federal ainda não liberou os créditos para que fossem devolvidos.

Enquanto isso, a revisão para a EMS (Energisa Mato Grosso do Sul) e da EMT (Energisa Mato Grosso), foi adiada devido a decisão da Justiça.

No caso de distribuidoras cujos processos tarifários ainda não ocorreram em 2022, o colegiado da Aneel informa que fará os devidos cálculos do impacto da devolução no momento do reajuste/revisão de cada empresa“, afirma a Aneel, em nota.

Outra opção para diminuir a conta de luz

Tem sido estudada a estratégia de limitar a cobrança do ICMS, a criação de um teto deste imposto que é estadual. De acordo com a Aneel, para isso acontecer é preciso uma regulamentação da Secretaria Estadual da Fazenda por meio dos governos estaduais.

Pode haver redução de até 20% na conta de luz da população, segundo o Ministério de Minas e Energia. Para tanto, três medidas precisam se combinar:

  • Teto do ICMS nos estados;
  • R$ 5 bilhões com a capitalização da Eletrobras;
  • Restituição dos valores cobrados à mais nas contas de energia.

Como mencionado, alguns estados não sentirão de forma tão forte as reduções. No Tocantins, por exemplo, a população atendida pela ETO (Energisa Distribuidora de Energia) será beneficiada com a diminuição de 9,76% nas contas.

No entanto, a média de reajuste ainda chegará a 14,78%, ou seja, maior que a diminuição. As mudanças tanto para Tocantins, como para São Paulo, começaram a valer desde o dia 4 de julho.

O que fazer caso a conta de energia não diminua

Tendo ciência de que a distribuidora de energia elétrica tem obrigação de diminuir os valores, mas percebendo que as reduções não chegaram ao seu bolso, o consumidor precisa se atentar a alguns detalhes.

O primeiro é saber se o reajuste aprovado para sua região não ficou maior do que a redução com a distribuição dos créditos. E o segundo é o comportamento da família, se estão sendo adotadas estratégias para que o consumo seja reduzido.

Tendo esses dois pontos acertados, caso a conta de luz continue alta, o consumidor tem direito de prestar queixa na distribuidora. Para isso, é preciso abrir um chamado cobrando a revisão da conta seja por meio do site da distribuidora ou em uma unidade de atendimento.

 

Lila CunhaLila Cunha
Formada em jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) desde 2018. Já atuou em jornal impresso. Trabalha com apuração de hard news desde 2019, cobrindo o universo econômico em escala nacional. Especialista na produção de matérias sobre direitos e benefícios sociais. Suas redes sociais são: @liilacunhaa, e-mail: lilacunha.fdr@gmail.com