Este ano não tem sido muito favorável para os investidores que vem enfrentando um cenário de inflação em alta, juros nas alturas e ainda o conflito na Ucrânia. Tudo isso golpeou em cheio as bolsas e os mais importantes índices do planeta operam no negativo.
O Ibovespa, considerando o acumulado do ano, caiu na casa dos 3% e luta para conseguir ficar acima dos 100 mil pontos, depois de atingir quase 16%, acima dos 120 mil pontos, nas máximas do ano. Já nos Estados Unidos, a Nasdaq caiu por volta de 27% neste ano, o S&P 500 19% e o Dow Jones 14%. Na Europa, o Euro Stoxx também cai quase 20%.
Porém, estas quedas acentuadas podem não significar um beco sem saída. Isto pois ainda não se sabe ao certo até que ponto a inflação e os juros seguirão em alta e quando terminará o conflito. Sendo assim, uma recessão a nível é tida como cada vez mais possível por especialistas de mercado.
Em meio a tudo isso, uma dúvida que paira na mente dos investidores é a de como proteger os investimentos para não ter grandes perdas e até mesmo lucrar.
“Com os juros a 13% é muito difícil falar de asset allocation, mas é importante o investidor entender que precisa ir além de um portfólio concentrado 100% em ativos ligados ao CDI”, disse ao InfoMoney Guilherme Anversa, sócio e gestor da XP Advisory, no episódio 153 do Stock Pickers.
Diversificação
Rubens Henriques, CEO e sócio-fundador da Clave Capital, disse ao InfoMoney que mesmo que a alta nos juros tragam alta rentabilidade para a renda fixa e derrube as bolsas, o importante é que o investidor não zere suas posições em nenhuma das classes de ativos.
Em sua visão, as condições atuais do mercado podem se alterar de maneira acelerada e saber ao certo o market timing deste momento é muito difícil. Sendo assim, o investidor não deve se arriscar e perder o bom momento quando ele retornar. “Não pode tomar decisões radicais com o fígado”, explicou o gestor.
Sendo assim, os especialistas destacam ser relevante os investidores estarem diversificados tanto em ativos como nos prazos deles. “O segredo é o tempo. Quanto mais tem, mais pode arriscar”, disse ao InfoMoney Anversa, da XP Advisory.