Diante da crise e da alta da inflação, a caderneta de poupança está cada vez mais “vazia”. Apenas no primeiro semestre deste ano, já foram retirados pelos investidores R$50,489 bilhões da aplicação mais popular do Brasil. O montante é 40% superior a tudo que foi sacado no ano passado, um débito de R$35,469 bilhões, segundo o Banco Central.
No mês passado, os saques da poupança totalizaram R$312,369, ante R$308,613 bilhões de depósitos. Com isso, o saldo da modalidade ficou vermelho em R$3,775 bilhões em junho.
O único mês deste ano em que os depósitos superaram os saques foi maio, com uma captação líquida de R$3,514 bilhões. Mesmo com esta entrada positiva, o mês de maio teve o volume de saque mais alto da série histórica que começou em janeiro de 1995, de acordo com o Valor Pro.
Mesmo com isso, a poupança segue com um estoque elevado, com R$1,013 trilhão, um aumento de R$2 bilhões em comparação com que foi detectado em maio, com R$1,011 trilhão. Este acréscimo é decorrente dos rendimentos da poupança que geraram um crédito de R$ 6,308 bilhões no mês passado, por conta da alta de juros que fez a poupança render 6,17% ao ano mais a TR (Taxa Referencial). Com a taxa Selic a 13,25%, as aplicações de renda fixa trazem um retorno maior.
A poupança é uma das mais importantes fontes de recursos para o financiamento imobiliário, o crédito com as taxas mais baixas do mercado. Os saques destinos ao crédito imobiliário totalizaram R$ 3,333 bilhões.
Poupança
As cadernetas de poupança são o investimento mais tradicional do Brasil e são oferecidas a pessoas físicas e jurídicas por instituições financeiras públicas e privadas através de contas bancárias chamadas de conta poupança.
Dessa forma, os valores depositados na conta poupança são aplicados automaticamente na caderneta de poupança, tem liquidez diária e sofrem remunerações mensais de acordo com as determinações feitas pela legislação brasileira.
A modalidade de investimento mais popular do país, a poupança acaba sendo rejeitado pelos especialistas por conta do seu baixo retorno. Atualmente, a rentabilidade da modalidade está em 0,66% ao mês, de acordo com o Banco Central.