O paradeiro de Ruja Ignatova, a “rainda das criptomodas“, é desconhecido desde 2017, quando ela foi vista pela última vez embarcando em um voo da Bulgária, sua terra natal, para a Grécia. Mas as chances de encontrar a líder de um esquema que desviou US$ 4 bilhões (R$ 21,3 bilhões) aumentaram agora, após o FBI, a polícia federal americana, incluir o nome dela na lista dos 10 mais procurados.
A decisão foi tomada na última quinta-feira (30) e permitirá o pagamento de uma recompensa de US$ 100 mil (R$ 533 mil) para qualquer pessoa que tiver informações sobre o paradeiro de Ignatova. O jornalista da BBC Jamie Barlett, que fez um podcast sobre a história da criminosa, acredita que isso aumentará bastante as chances de solucionar o caso.
“Esta é provavelmente a maior novidade no caso desde que Ruja desapareceu em outubro de 2017”, contou ele à rede britânica.
Barlett, no entanto, acredita que Ignatova tenha utilizado os US$ 500 milhões (R$ 2,6 milhões) com os quais fugiu para esconder seu rastro, podendo, inclusive, ter feito procedimentos cirúrgicos para mudar de aparência. Ele também defende a possibilidade de a criminosa já ter morrido.
Pirâmide de US$ 4 bilhões
O esquema de Ruja Ignatova começou em 2014, quando ela começou a anunciar uma nova criptomoeda chamada OneCoin. As vítimas foram atraídas pelo negócio através de propagandas muito chamativas, que davam a entender se tratar de uma oportunidade única de investimento, com retornos altíssimos.
Quem conseguia trazer novos clientes para o negócio conseguia uma comissão, num esquema típico de pirâmide financeira.
“Ela fez seu esquema no tempo certo, beneficiando-se da especulação frenética dos primeiros dias da criptomoeda”, disse Damian Williams, promotor federal de Manhattan. Segundo ele, a OneCoin foi “um dos maiores esquema Ponzi da história”.
Ignatova desapareceu em outubro de 2017, depois de ficar evidente que a criptmoeda OneCoin, na verdade, não existia, e de as autoridades americanas expedirem um mandado de prisão contra ela.
Golpes com criptmoedas se tornaram comuns
Os casos de fraudes envolvendo criptomoedas tornam-se mais frequentes a cada ano. Uma das práticas preferidas dos golpistas é criar esquemas de pirâmide, nos quais se prometem taxas de retorno muito acima da média do mercado.
Aqui no Brasil, uma pirâmide envolvendo mais de R$ 1 bilhão levou à prisão, em agosto do ano passado, de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como “faraó dos bitcoins”.
Outro caso que veio à tona recentemente foi o esquema coordenado por Francisley Valdevino da Silva, o “sheik das criptomoedas”. Entre as suas vítimas estão Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, e o marido dela, João Figueiredo.