Veio à público, por meio de uma reportagem do jornal Metrópoles, uma série de acusações contra o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Ele está sendo investigado em sigilo pelo Ministério Público Federal, após um grupo de funcionárias denunciarem assédio moral e sexual vindo de Guimarães.
De acordo com as funcionárias, as situações de assédio aconteciam sempre em compromissos de trabalho. Todas as mulheres do grupo pertencem a equipe que serve exclusivamente ao gabinete da presidência da Caixa Econômica.
A denuncia aconteceu no fim do ano passado, e apenas cinco mulheres aceitaram conceder entrevista ao jornal Metrópoles sob a condição de sigilo. Ou seja, sem que pudessem ser identificadas. Os relatos foram colhidos por pelo menos um mês pelos jornalistas.
Foi relatado que Pedro Guimarães selecionava algumas funcionárias para que o acompanhassem no dia de trabalho, e as forçava a aceitar o convite. Um das vítimas chegou a dizer que o presidente da Caixa a pegava pela cintura, ou pelo pescoço. E a situação era a mesma com as suas colegas.
Não é de hoje que Guimarães é acusado de tratar de forma duvidosa os funcionários do banco. Um tempo atrás ele apareceu em um vídeo ordenando que os funcionários fizessem flexões para incentivar os demais. A ação foi vista como uma forma de coagir e constranger essas pessoas.
Denuncia de assédio sexual contra o presidente da Caixa
De acordo com a reportagem produzida pelo colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, as cinco mulheres denunciaram uma série de assédios do presidente da Caixa.
Por exemplo, toques íntimos sem o consentimento da mulher, convites informais e que não têm relação com o trabalho, além de abordagens inadequadas.
Uma situação frequente e que foi relatada pelo grupo eram as viagens do programa Caixa Mais Brasil. O projeto foi criado na gestão Guimarães, e tinha como objetivo visitar cidades brasileiras a fim de conhecer o comércio local.
Nesta situação, as funcionárias relataram que a comitiva do banco que se acomodava em hotéis participavam de eventos e festas. A grande maioria destas viagens aconteceram em final de semana.
Era o próprio escritório de Pedro Guimarães quem seleciona as mulheres que participariam das viagens. E o grupo que denunciou o assédio contou que durante essas viagens diversos “incidentes” aconteceram.
Por exemplo, o fato de que apenas as mulheres mais bem aparentadas e que pudessem despertar algum interesse do presidente eram convidadas para participar da comitiva.
Em casos mais graves, há relatos de vítimas dizendo que foram questionadas por outros funcionários do banco se aceitariam ter relações sexuais com Pedro Guimarães.
Investigação
Atualmente, o Ministério Público Federal investiga em sigilo absoluto o caso de acusação contra Pedro Guimarães. Esta é a primeira vez que um nome de confiança do presidente Jair Bolsonaro (PL) é acusado de assédio sexual.
Guimarães ocupa a cadeira de presidente da Caixa desde o início do governo Bolsonaro. E já participou de diversos momentos importantes para o país ao lado de Jair.
Por exemplo, lives e pronunciamentos oficiais a respeito da criação do auxílio emergencial, na época da pandemia. Até o momento, o presidente da República não se pronunciou sobre o caso.