Índice de Confiança do Consumidor: conheça este importante indicador da economia

Pontos-chave
  • O Índice de Confiança do Consumidor avalia o sentimento da pessoa sobre a economia;
  • Na hipótese de maior desejo de consumo, há maiores chances de melhora econômica.
  • O indicador do FGV melhorou no mês de junho.

O Índice de Confiança do Consumidor é um indicador que mensura o sentimento do consumidor sobre o panorama econômico pessoal e do país. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre) divulga do ICC. Os dados são informados mensalmente.

Índice de Confiança do Consumidor: conheça este importante indicador da economia
Índice de Confiança do Consumidor: conheça este importante indicador da economia (Imagem: Montagem/FDR)

Para o funcionamento econômico, é imprescindível a disposição do consumidor em demandar e comprar produtos e serviços. Em meio a isso, para efetuar alguma análise sobre o mercado, um dos indicadores a ser considerados é o Índice de Confiança do Consumidor.

Para a composição do indicador, durante a entrevista, o consumidor é questionado sobre a perspectiva sobre a economia, financeira e estimativa futura.

Neste levantamento, o investidor ainda é perguntado se se tende a realizar mais gastos. Caso a pessoa indique que deseja consumir mais, é possível considerar que existes maiores possibilidades de melhora da economia.

O ICC, da Fundação Getúlio Vargas, teve como base nos dados de perspectiva do consumidor dos Estados Unidos e da Europa. Nos EUA, por exemplo, o livro bege tem função essencial para a tomada de decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Resultado recente do Índice de Confiança do Consumidor

Em junho, o Índice de Confiança do Consumidor do FGV-Ibre aumentou 3,5 pontos em comparação ao mês passado. Diante desse resultado, o indicador chegou a 79 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos. Este é o melhor número desde agosto do ano passado, quando tinha atingido 81,8 pontos.

Segundo a coordenadora da sondagem no FGV-Ibre, Viviane Seda Bittencourt, apesar do desempenho positivo recente, houve sinais de bastante heterogeneidade na visão do consumidor.

“Mesmo considerando o pacote de incentivos financeiros, a avaliação sobre a situação no momento pelos consumidores com baixa renda continua piorando enquanto suas perspectivas sobre os próximos meses continuam bastante voláteis, revelando elevada incerteza”, afirma.

No caso dos consumidores com alta renda, “percebem melhora da situação financeira e, pelo segundo mês, elevam suas intenções de compras, possivelmente efeito do estímulo dado pelo governo”.

A coordenadora declara que essas diferenças entre faixas de renda também são reforçadas pelas estimativas sobre emprego.

Segundo Bittencourt, para as famílias de baixa renda, esse indicador está abaixo do nível neutro. Já para as faixas mais altas, o patamar está acima de 100 pontos, “ressaltando a dificuldade que a classe mais baixa vem enfrentando”.

A representante do FGV ainda declara que “O cenário dos próximos meses se torna difícil de se prever, considerando que a proximidade das eleições deve continuar acentuando tais diferenças.

Melhora no Índice de Confiança do Consumidor de junho acontece após queda no mês de maio
Melhora no Índice de Confiança do Consumidor de junho acontece após queda no mês de maio (Imagem: Montagem/FDR)

O que impactou o Índice de Confiança do Consumidor

De acordo com o FGV, no mês de junho, o aumento foi impactado também tanto pela melhora da situação atual como das projeções para os próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA) teve melhora de 1,3 ponto, para 70,4 pontos. Este foi o melhor resultado desde julho do ano passado (70,9 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) elevou 4,9 pontos, para 85,9 pontos. Com isso, houve compensação do mês anterior.

Foi observada uma melhora da satisfação dos consumidores sobre o momento. O indicador que mede a percepção dos cidadãos sobre a situação da economia variou de 0,5 ponto, para 76,7. Apesar do leve aumento, este é o melhor resultado desde agosto de 2021 (77,2 pontos).

Já o indicador que mensura a situação financeira familiar elevou 2,1 pontos, para 64,7 pontos. Vale destacar que ambos seguem em nível baixo em termos históricos.

Entre os quesitos que integram o ICC, o que mais influenciou o crescimento em junho foram as estimativas sobre a situação econômica nos próximos meses. Este indicador subiu 6,5 pontos, para 103,2 pontos. Este é o maior nível desde dezembro do ano passado (104,1 pontos).

O indicador que avalia a situação financeira familiar nos próximos meses melhorou, em junho, 4,5 pontos — para 85,8 pontos. Esse desempenho recente recuperou 47% das perdas do último mês

Houve uma melhora, pelo segundo mês seguido, na intenção de compras de bens duráveis. Este indicador cresceu 3,1 pontos, para 70,6 pontos. No entanto, ele ainda segue abaixo dos níveis pré-pandemia de coronavírus.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.