Em maio, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,47%. No mês anterior, o índice tinha sido de 1,06%. Apesar da desaceleração e de estar abaixo de previsões, o resultado ainda dividiu o mercado, segundo apurado pelo Money Times.
No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação chegou a 11,73%, abaixo dos 12,13% vistos nos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado de maio veio melhor do que o previsto. A mediana das estimativas colhidas pelo Valor Data projetada aumento de 0,59% no mês.
Resultado da inflação divide o mercado
Mesmo com a melhora no índice, vale destacar que alguns dos itens que contribuíram para o resultado são bastante voláteis. Estes foram os casos de alimentos e energia, por exemplo.
Com relação aos alimentos, as principais quedas foram em itens que estavam sendo desconsiderados da lista de compras devido às altas: cenoura (-24,07%), tomate (-23,72%) e batata-inglesa (-3,93%).
Sobre a energia, cabe ressaltar que a conta de energia elétrica caiu 7,95%. Isso aconteceu porque o governo, em 16 de abril, finalizou a cobrança a mais da bandeira de escassez hídrica, de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. Atualmente, vigora a bandeira verde.
De qualquer modo, o gestor de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital João Savignon, destaca que os núcleos dos grupos verificados seguem em alta — e a inflação de maio ainda continua desafiadora para o Banco Central.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) fará reunião para estabelecer o nível da taxa Selic. Atualmente, a taxa de juros está em 12,75% ao ano. O Bank of America considera que o IPCA recente foi positivo, e prevê que a Selic suba para 13,25% ao ano.
Já o economista-chefe do Modal, Felipe Sichel, avalia que não é boa a composição do IPCA — apesar do resultado recente.
Segundo ele, mesmo que a inflação tenha ficado menor do que a estimativa, a composição do índice continua desfavorável. “Por isso, entendemos que o IPCA de maio corrobora a perspectiva de elevação de 50 bps nas próximas duas reuniões [do Copom]”, prossegue.