No primeiro trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Isso colocou o desempenho econômico do país na 8ª colocação dentro de um ranking com 32 países, de acordo com levantamento da Austing Rating.
No levantamento elaborado pela agência de classificação de risco Austing Rating, o crescimento da economia brasileira empatou com México e Colômbia na 8ª posição.
O Produto Interno Bruto do Brasil também ficou acima da média de nações analisadas (0,3%). Países como Estados Unidos, França e Japão apresentaram retração no primeiro trimestre de 2022.
De acordo com o ranking, estes foram os dez países com maiores crescimentos econômicos nos três primeiros meses deste ano:
- 1. Peru: variação de 2,0%
- 2. Filipinas: variação de 1,9%
- 3. Canadá: variação de 1,6%
- 4. Taiwan: variação de 1,6%
- 5. China: variação de 1,3%
- 6. Turquia: variação de 1,2%
- 7. Tailândia: variação de 1,2%
- 8. México: variação de 1,0%
- 8. Brasil: variação de 1,0%
- 8. Colômbia: variação de 1,0%
O PIB do Brasil no primeiro trimestre
Impulsionado pelo setor de serviços, o Produto Interno Bruto cresceu 1% nos três primeiros meses deste ano. Este foi o terceiro resultado positivo consecutivo. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB, que representa a soma dos bens e serviços produzidos no país, chegou a R$ 2,249 trilhões em valores correntes.
Com o resultado recente, o PIB está 1,6% acima do nível registrado no quarto trimestre de 2019 — período pré-pandemia de coronavírus.
O setor de serviços, que puxou o crescimento econômico, representa 70% do Produto Interno Bruto brasileiro.
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, explica que dentro dos serviços, o grande crescimento foi de ‘outros serviços’ (2,2%), que abrangem diversas atividades dos serviços oferecidos às famílias, como alimentação e alojamento.
“Muitas dessas atividades [outros serviços] são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, afirma Palis.
Ainda dentro de serviços, foi visto um crescimento de 2,1% em ‘Transporte, armazenagem e correio’.
A pesquisadora alega que existiu elevação do transporte de cargas, relativo à alta do e-commerce no Brasil nesse período, e do de passageiros, especialmente pelo aumento de viagens aéreas. Esta foi outra demanda que foi represada na pandemia de covid-19.
Na outra ponta, a agropecuária recuou 0,9% nos três primeiros meses deste ano. Palis alega que essa redução foi afetada, especialmente, pela estiagem no Sul. Isso provocou uma redução na estimativa da produção de soja — a maior cultura da lavoura do Brasil.
No primeiro trimestre, estes foram os principais destaques do Produto Interno Bruto brasileiro:
- Serviços: 1%
- Indústria: 0,1%
- Agropecuária: -0,9%
- Consumo das famílias: 0,7%
- Gastos do governo: 0,1%
- Investimentos: -3,5%
- Exportações: 5%
- Importação: -4,6%
Projeções para o PIB do Brasil
Mesmo diante da performance positiva do Brasil no início deste ano, a Austin Ratings estima um avanço de apenas 0,7% do PIB brasileiro no ano. O número está abaixo da média das nações da amostra (3,2%).
A previsão considera os reflexos da inflação persistente, aumento dos juros e deterioração do cenário internacional — com preocupações de grande desaceleração nos Estados Unidos e na China.
Segundo o economista-chefe da Autin Ratings, Alex Agostini, o Brasil não deve manter essa mesma performance até o final do ano.
Ele afirma ser necessário aguardar os próximos trimestres, quando todas as nações já tiverem retomando a um normal padrão de crescimento, para observar como o Brasil se comporta nesse contexto de altos juros nos EUA, de prosseguimento da guerra na Ucrânia e desaceleração na China.
De qualquer modo, depós da divulgação do IBGE, outras consultorias passaram a estimar um crescimento maior para o PIB do Brasil neste ano. Entre elas, estão instituições como MB Associados (0,5% para 1,1%), Citi (0,7% para 1,4%) e JP Morgan (1,0% para 1,2%).
Em nota, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia afirmou que “as projeções de mercado têm sido sistematicamente revisadas para cima. Assim foi com o resultado do PIB de 2020 e 2021 e está se repetindo nos resultados de 2022”.