- A MetaMask criou um serviço para auxiliar vítimas de golpes com criptomoedas;
- Os usuários devem relatar como foram enganadas pelos golpistas;
- Milhares de crimes relacionados a moedas digitais foram praticados recentemente.
Nesta quinta-feira (26), a principal carteira de criptoativos do mundo, a MetaMask anunciou um novo serviço que busca ajudar usuários de criptomoedas a recuperarem dinheiro roubado em golpes de phishing. O recurso está disponível em países com mais usuários de wallet, como o Brasil.
Em meio ao desenvolvimento recente do setor de moedas digitais e blockchain, também aumentou o número de fraudes e golpes envolvendo ativos digitais. Anualmente, esses crimes movimentam bilhões de dólares.
Ao mesmo passo, também cresceram as ofertas de soluções e aplicações — que usam a tecnologia. Desse modo, foi possível observar progresso no combate contra ações criminosas neste meio digital.
Novo serviço para ajudar pessoas a recuperarem criptomoedas
A novidade surgiu de parceria da MetaMask e Consensys com a Asset Reality, uma companhia de investigação de crimes que envolvem criptoativos.
A empresa organizará uma base de dados para registrar informações sobre fraudes e golpes informados por usuários da MetaMask.
Ao juntar evidências e cruzar informações, são maiores as chances de reaver os fundos desviados ou roubados ilegalmente por criminosos. Essas provas poderão ser utilizadas em ações judiciais coletivas contra os suspeitos.
Essa parceria, que possibilitou a criação do sistema, busca oferecer um ambiente amigável para as vítimas. Em diversos casos, essas pessoas não sabem a quem recorrer em situações de golpes envolvendo moedas digitais, segundo destacado pelo cofundador da MetaMask, Dan Finley.
Conforme o executivo, dentro da estratégia aplicada pela empresa, está o auxílio às pessoas a investigar e recuperar os fundos perdidos. Também incluem o aumento da segurança, criação de novos modos de realizar backup de ativos e educação do usuário.
A Asset Reality, por meio dessa parceria, orientará as vítimas sobre como identificar pistas — que possam ajudar a solucionar casos de fraudes e golpes. A empresa também reforçará os procedimentos de segurança, de modo a evitar que os cidadãos percam as criptomoedas em golpes.
A depender do caso, a companhia ainda poderá disponibilizar às vítimas encaminhamento a serviços jurídicos especializados e advogados.
O acesso ao serviço acontecerá por meio de uma nova seção no site da MetaMask. Ao acessar essa parte, os usuários deverão relatar, detalhadamente, o golpe que foram vítimas.
Após isso, será preciso aguardar o contato de agentes da Asset Reality. Eles comentarão sobre a probabilidade de recuperar o dinheiro perdido. Os agentes ainda orientarão sobre as ações necessárias para continuar com o processo.
Os principais golpes com criptomoedas
Diante da alta de criminosos interessados no mercado de moedas digitas, a firma de segurança ESET acredita na importância dos usuários se conscientizar como são realizados os golpes — e também como pode haver a prevenção.
Segundo pesquisa da FTC, entre outubro de 2020 e maio de 2021, como resultado de milhares de golpes envolvendo criptomoedas, quase US$ 80 bilhões foram perdidos nos Estados Unidos.
Entre 2020 e 2021, de acordo com a ESET, foi detectado um grande número de golpes relacionados a moedas digitais. Entre os principais, a companhia cita estes:
- Aplicativos falsos: os criminosos digitais falsificam programas de criptomoedas legítimos e os carregam em lojas de aplicativos. Caso seja instalado, existe a possiblidade de roubar informações da vítima ou plantar, no dispositivo, malware. Os golpistas ainda podem induzir o usuário a pagar por serviços que não existem ou tentam roubar logins de alguma carteira de moedas digitais.
- E-mails falsos: os criminosos enviam e-mails ou postam mensagens em mídias sociais, oferecendo acesso ao dinheiro virtual armazenado em alguma exchange de criptos — que seriam concedidos por meio de pagamento de uma taxa. Nem a plataforma e nem os fundos existem.
- Esquemas de pirâmides: as vítimas são induzidas a aplicar em algum projeto inexistente ou “esquema de rápido enriquecimento”. Contudo, somente o golpista sai no lucro.
- Endossos falsos de celebridades: os criminosos sequestram contas de redes sociais de celebridades — ou ainda criam contas falsas — para induzir os seguidores a aplicarem em falsos esquemas.
- Pump and dump: os criminosos incentivam pessoas a comprarem criptoativos em projetos de moedas digitais poucos conhecidos. Isso acontece por meio de falsas informações. Posteriormente, o valor dos ativos sobe, e o golpista vende suas próprias ações — de forma a ter um considerável lucro, e deixando as vítimas com ações sem valor.
Como se proteger de golpes envolvendo criptomoedas
Como forme de evitar golpes relacionados a moedas digitais, a ESET indica os seguintes passos:
- Nunca baixe aplicativo de lojas não oficiais.
- Ative a autenticação em duas etapas (2FA) em todas as suas contas de moeda digital.
- Nunca conceda informações pessoas a alguma entidade que realize contato para disponibilizar algo que não foi pedido — seja por redes sociais, mensagens de texto, e-mail, entre outros.
- Desconsidere qualquer “oportunidade” de investimento que dependa de pagamento adiantado.
- Caso algo pareça ser muito bom para ser verdade, normalmente é. Qualquer esquema de investimento deve ser tratado como suspeito.