Nesta quinta-feira (26), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um reajuste de até 15,5% nos preços dos planos de saúde individuais e familiares. Esse índice é o maior da série histórica, que se iniciou em 2000. Anteriormente, o maior reajuste tinha sido de 13,57%, em 2016.
O reajuste vale para o período de maio de 2022 e abril de 2023. O aumento apenas poderá ser aplicado no mês de aniversário do contrato — ou seja, no mês que foi assinado o contrato.
A medida afetará contratos de aproximadamente 8 milhões de beneficiários. Esse número equivale a 16,35 dos consumidores de planos de saúde no país.
Segundo a ANS, o reajuste aconteceu devido à elevação nos gastos assistenciais dos planos individuais no ano passado, em relação ao ano anterior. isso especialmente nos custos dos serviços.
Contudo, a frequência na utilização dos serviços de saúde não aumentou no mesmo nível. Houve uma retomada mais gradual em relação a consultas e internações.
Vale destacar que a elevação se refere aos planos individuais e familiares. Já no caso dos planos de saúde empresariais e coletivos, as operadoras possuem liberdade para estabelecer os valores e reajustes, sem a necessidade de autorização da Agência.
O cálculo do reajuste anual ocorre baseado em variações das despesas com atendimento aos beneficiários, intensidade de uso dos planos pelos clientes e inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Reajuste dos planos de saúde no ano passado foi negativo
A ANS, no passado, estabeleceu um reajuste negativo de 8,19%. Pela primeira vez, os planos de saúde ficaram mais baratos aos beneficiários.
Esse reajuste negativo aconteceu por conta da redução de 17% no total de procedimentos (exames, consultas, cirurgias e terapias) feitos em 2020, em comparação ao ano anterior, pelo setor de planos de saúde.
A diminuição do uso dos serviços ocorreu devido às medidas adotadas para evitar a propagação da pandemia de coronavírus. Mesmo com o grande número de internações e atendimentos por conta da covid-19, existiu uma diminuição na busca por procedimentos que não eram urgentes.
Já em 2021, as despesas assistenciais registraram aumento — diante da volta gradual do uso dos planos de saúde pelos brasileiros. Isso aconteceu, especialmente, por conta da variação nos valores dos insumos/serviços de saúde.