Empresa implementa jornada de 4 dias de trabalho semanais sem redução de salário; conheça

O mundo do trabalho está passando por uma revolução, que começou antes mesmo da pandemia. A redução da carga horária, sem diminuição da remuneração, é uma realidade que começa a ser adotada.

Empresa implementa jornada de 4 dias de trabalho semanais sem redução de salário; conheça
Empresa implementa jornada de 4 dias de trabalho semanais sem redução de salário; conheça (Imagem: Montagem/FDR)

Mesmo com muitas empresas aderindo mais frequentemente ao home office, ainda há a impressão geral de que faltam horas no dia para realizar atividades como fazer compras, ir ao médico e resolver demais problemas pessoais.

Uma iniciativa que vem ganhando cada vez mais espaço na Europa, com reflexos no Brasil, é a semana mais curta sem redução de salário.

É o caso do estúdio de branding e design Rebu, que recentemente adotou a política interna de 4 dias trabalhados na semana.

“Estudos nacionais e internacionais comprovam aquilo que acreditamos: foco, estudo, liberdade criativa e tempo de qualidade proporcionam saúde mental, dedicação, satisfação e trabalhos incríveis em sua entrega final. É o nosso oxigênio necessário para a criatividade respirar”, diz Pedro Mattos, diretor criativo do Rebu.

Redução nos dias de trabalho

Por enquanto, seus 17 colaboradores trabalham home-office. O estúdio terá um espaço físico no segundo semestre e a ideia é adotar o modelo híbrido, oferecendo um apoio para quem precisa de um espaço de trabalho e de um local para reuniões internas ou com clientes.

A tendência da jornada reduzida já é realidade em diversas partes do mundo. A Islândia, por exemplo, testou uma semana de trabalho de apenas quatro dias e o resultado foi um sucesso, segundo pesquisadores.

O resultado foi que a produtividade foi a mesma ou melhorou na maioria dos locais de trabalho. Além disso, os trabalhadores relataram se sentir menos estressados ou com menor risco de esgotamento.

Houve ainda melhora na saúde e maior equilíbrio entre vida profissional e familiar.

A jornada semanal de 40 horas passou para 35 ou 36 horas, com os trabalhadores recebendo a mesma remuneração.

Os resultados levaram os sindicatos a renegociar os padrões de trabalho.

E 86% da força de trabalho mudou as escalas para menos horas trabalhadas, mas com a manutenção dos salários.

O coordenador de design Regys Lima, trabalha há quase 2 anos no Rebu, e diz que num primeiro momento, estar de folga na sexta-feira enquanto o mundo funciona normalmente, causou certa estranheza.

Mas a verdade é que chegar na segunda-feira com uma sensação verdadeira de descanso e totalmente pronto para iniciar uma nova semana é muito bom. Isso é muito perceptível no foco e entrega do time durante a semana. Mesmo com um dia a menos, continuamos entregando todos os projetos dentro dos prazos e com resultados incríveis”, comemora Regys.

Quando comenta sobre a experiência com colegas e parceiros que trabalham em outras empresas, a primeira resposta é sempre: “Isso é muito legal, mas não funcionaria pra gente”. 

“E é um fato. Considerando o modelo de trabalho da maioria das empresas hoje, só encaixar uma rotina de 4 dias, sem repensar o todo, trará mais problemas do que soluções. Então, antes de implementar esse novo modelo, processos foram repensados, prazos e dinâmicas de entrega foram remodeladas, bem como a nossa relação direta com os clientes, que continua bem próxima, mas também com um horário de atendimento que respeita essa rotina para que todo o time possa descansar.”, conta.

Investindo em projetos autorais

Já a design lead Priscila Guaglianoni, trabalha há 8 meses no Rebu diz que ao longo dos 4 dias, é importante trabalhar de forma estratégica e produtiva, mas não precisou de grandes adaptações além da otimização do tempo de algumas tarefas.

“Nosso ‘sextou’ sempre rola nas quintas-feiras. É bom demais, realmente uma nova forma de pensar a rotina diária entre vida pessoal e trabalho”, diz.

Ela utiliza o dia livre para investir em projetos paralelos e autorais, além de resolver pendências domésticas e pessoais.

Criado em 2019 por Fernando Andreazi e Pedro Mattos, o Rebu, estúdio de estratégia e criação, carrega no nome Revolução, Elegância, Brasilidade e Utopia.

Com diferenciação e excelência em criação e estratégia de marca e campanhas, atua não só como uma agência ou consultoria, mas como um parceiro estratégico de empresas e marcas que precisam contar suas histórias através do branding, naming, design e identidade visual.

Já criou e desenvolveu a marca de empresas como Inter, Dengo Chocolates, Bacio di Latte, Nude e N45 Negroni e foi reconhecido em prêmios como Latin American Design Awards; Type Directors Club; Brasil Design Awards e Fast Company Design Innovation Latin America.

 

Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.