Brasileiros mais pobres perdem o poder de compra e venda durante o governo Bolsonaro. Na última semana vou liberada uma pesquisa que mostra os desdobramentos da inflação. Para quem é de baixa renda, a alta dos preços foi de 1,06% em comparação com o mês passado e 12% na contabilidade anual. Abaixo, veja o que encareceu.
Os últimos meses tem sido de constante carestia para a população brasileira. Com a inflação em alta, fazer feira virou o maior desafio das famílias de baixa renda. De acordo com os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação já ultrapassa 12%.
“Enquanto a elevação dos preços dos alimentos no domicílio foi o principal fator de pressão inflacionária para as três classes de renda mais baixa no mês, para os outros três segmentos de renda os aumentos do grupo ‘transportes’ foram os que tiveram maior impacto”, apontou a técnica Maria Andreia Parente Lameiras, autora da Carta de Conjuntura do Ipea.
Lista dos produtos com o maior reajuste
Para os mais pobres foi possível sentir o encarecimento dos seguintes alimentos: arroz (2,2%), feijão (7,1%), macarrão (3,5%), batata (18,3%), leite (10,3%), frango (2,4%), ovos (2,2%), pão francês (4,5%) e óleo de soja (8,2%).
No setor de transportes, houve reajuste das passagens aéreas (9,5%), transporte por aplicativo (4,1%), gasolina (2,5%), etanol (8,4%) e diesel (4,5%).
“Os dados desagregados revelam que, para as famílias de renda mais baixa, as maiores pressões inflacionárias nos últimos doze meses residem nos grupos de alimentos e bebidas e de habitação. No primeiro caso, as altas dos alimentos in natura – cenoura (178,1%), tomate (103,3%) e batata (63,4%) -, das proteínas – frango (21,7%), ovos (17,7%) e leite (23,4%) -, dos farináceos – farinha de trigo (23,2%) e pão francês (13,1%) – e dos óleos e gorduras – óleo de soja (31,5%) e margarina (22,2%) – explicam boa parte do impacto inflacionário no período. No caso da habitação, as principais influências altistas vieram dos reajustes do gás de botijão (32,3%) e da energia elétrica (20,5%). Já para as famílias de renda mais alta, os pontos de pressão estão, sobretudo, no grupo transportes, refletindo os aumentos dos combustíveis – gasolina (31,2%), etanol (42,1%) e gás veicular (45,2%) -, além da alta no transporte por aplicativo (67,2%), no táxi (11,5%) e nas passagens aéreas (14,3%)”, escreveu Lameiras, na Carta de Conjuntura.