Bolsa de Valores: empresas estão recomprando suas ações; isto é bom para o investidor?

Entre janeiro e abril deste ano, anúncios relativos ao começo de novos programas de recompras de ações, ou prosseguimentos dos já existentes, aumentaram 32%, em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento foi realizado pelo MZ Group, a pedido do InfoMoney.

Bolsa de Valores: empresas estão recomprando suas ações; isto é bom para o investidor?
Bolsa de Valores: empresas estão recomprando suas ações; isto é bom para o investidor? (Imagem: Montagem/FDR)

Recentemente, o mercado tem sido bastante movimentado, diante de anúncios de empresas listadas na bolsa de valores que estão fazendo recompra de ações. Neste ano, houve 37 anúncios relacionados a programas de recompras de ativos. Já no ano anterior, o número foi de 28.

O setor que mais apresentou documentos relativos a recompras de ações foi do de Máquinas, Equipamentos, Veículos e Peças.

Segundo informações publicadas pelas empresas, em média, os planos preveem o resgate aproximado de 48,2 milhões de ativos do mercado. Este número está acima dos 36,2 milhões apontados em documentos arquivados em 2021.

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Como as recompras de ações impactam os investidores

As recompras de ações proporcionam alguns impactos positivos para os investidores — especialmente, para aqueles que usam estratégias focadas em dividendos.

A grande vantagem é a possiblidade de receber proventos por papel maiores, mesmo sem fazer nenhum aporte a mais.

Ao InfoMoney, a sócio-fundadora do Ações Garantem o Futuro (AGF), Louise Barsi, explica que isso ocorre porque o lucro distribuído por uma companhia — que recomprou parte de suas ações — é compartilhado por um número menor de ativos em circulação.

A executiva alega que, quando a empresa recompra papéis, eles ficam depositados em uma conta na tesouraria. Mesmo que as companhias cancelem ou deixem as ações por lá, elas não integram a divisão dos dividendos.

O head de análise da Dividendos.me, Guilherme Gentile, ao InfoMoney, afirma que, quando não acontece a distribuição de dividendos, a dinâmica altera para um tipo de “dividendo sintético”.

Mesmo que o acionista não receba, necessariamente, o dividendo na conta, ele é favorecido por ter uma participação maior na companhia. Esse acionista também é beneficia pela empresa impulsionar as ações pelas constantes recompras.

Apesar disso, o investidor precisa se atentar à possibilidade de perder liquidez das ações. Isso especialmente quando uma companhia realiza recorrentes programas de recompra.

Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.
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