Imposto de Renda: última correção da tabela completa 7 anos e isto é ruim para você; entenda

Há sete anos, a tabela do Imposto de Renda não passa por reajuste. A última correção aconteceu em 2015, no começo do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.

Imposto de Renda; última correção da tabela completa 7 anos e isto é ruim para você; entenda
Imposto de Renda; última correção da tabela completa 7 anos e isto é ruim para você; entenda (Imagem: Montagem/FDR)

A tabela progressiva do IRPF estabelece as faixas de isenção e de cobrança de diferentes alíquotas do Imposto de Renda sobre os salários. Neste ano, ela deve completar sete anos sem atualização.

Isso significa que as pessoas, cada vez mais, foram perdendo a isenção ou progredindo para faixas em que precisam pagar maior imposto. O motivo é porque os salários e inflação continuam aumentando — enquanto os recortes de renda continuam nos valores de 2015.

O último reajuste na tabela do Imposto de Renda

Na última mudança na tabela do Imposto de Renda, o reajuste se escalou para distintas faixas de renda. Antes da última correção, a tabela estava separada dessa forma:

  • R$ 0 a R$ 1.787,77: alíquota de 0% (isento)
  • R$ 1.787,78 a R$ 2.679,29: alíquota de 7,50%
  • R$ 2.679,30 a R$ 3.572,43: alíquota de 15%
  • R$ 3.572,44 a R$ 4,463,81: alíquota de 22,50%
  • A partir de R$ 4.463,82: alíquota de 27,50%

Já após a última correção, a tabela do Imposto de Renda atual está dividida desse modo:

  • R$ 1.903,98: alíquota de 0% (isento)
  • R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65: alíquota de 7,50%
  • R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05: alíquota de 15%
  • R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68: alíquota de 22,50%
  • A partir de R$ 4.664,68: alíquota de 27,50%

Tabela do Imposto de Renda acumula grande defasagem

Até o ano passado, a tabela do IRPF acumula uma defasagem de 134,53% desde 1996, segundo cálculos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco).

Este percentual leva em conta os ajustes feitos e a inflação acumulada desde 1996 (quando a tabela deixou de passar por reajustes anuais).

No ano-calendário 2022, o número de contribuintes isentos é previsto em 8,28 milhões — de um total de 33,5 milhões de declarantes.

Conforme cálculo da Unafisco, com uma correção integral da tabela, esse número total aumentaria para 23,75 milhões. Destes, 4,65 milhões entrariam na conta da defasagem no governo atual.

Ao g1, o presidente da Unafisco declara que, diante da não correção da tabela, mais de 15 milhões de contribuintes que poderiam ser isentos, passam a dever pagar imposto. Segundo ele, quem mais arca com o ônus é a classe média assalariada.

Silvio SuehiroSilvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.