Eleições 2022: confira o que os pré-candidatos pensam sobre a geração de emprego para jovens com baixa escolaridade

Pontos-chave
  • Em março o país atingiu a marca de 12,1 milhões de pessoas desempregadas
  • Jovens entre 17 e 29 anos são os mais atingidos pelo desemprego
  • Pauta é essencial para pré-candidatos à presidência

Com as eleições 2022 se aproximando, é importante ficar atento ao que dizem os pré-candidatos à presidência. No país em que o desemprego está em alta, conferir a pauta deles pode ajudar a definir o voto.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março desse ano o país atingiu a marca de 12,1 milhões de pessoas desempregadas; assim, essa é uma das pautas fundamentais para ficar atento às falas dos presidenciáveis.

Eleições 2022: Como gerar empregos para os jovens com baixa escolaridade?

A CNN fez a pergunta acima aos pré-candidatos à presidente; confira abaixo as respostas:

Jair Bolsonaro (PL):

O atual presidente ainda não respondeu à questão.

Lula (PT):

Através de sua assessoria, o ex-presidente disse que dentro da data prevista pelo TSE, entregará o plano de governo que será elaborado com a sociedade e os partidos aliados.

João Doria (PSDB):

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que o desemprego mais elevado entre jovens é um fenômeno mundial.

Pesquisas mostram que períodos prolongados de desemprego entre jovens têm repercussões para a vida toda desses indivíduos, em termos de empregabilidade e renda. Há também consequências perversas sobre a criminalidade.

Esse quadro justifica a ação governamental por meio de políticas ativas de emprego para jovens carentes e de baixa renda para atenuar o sofrimento das gerações atuais, especialmente depois de duas recessões severas e em meio a avanços tecnológicos que comprometem ainda mais a empregabilidade dos jovens de renda baixa.

A experiência mundial recomenda políticas ativas de treinamento – políticas para reduzir a remuneração ou carga tributária não se mostram efetivas isoladamente – levando em consideração a heterogeneidade do grupo, o que demanda ações específicas para os diferentes perfis de jovens.

As propostas consistem em:

  • Financiamento público de cursos técnicos e vocacionais oferecidos pelo setor privado para indivíduos fora do ensino médio (modelo Fies), com avaliação dos cursos oferecidos e participação de organizações de empregadores para adequação dos cursos às demandas de mercado;
  • Políticas para acesso ao crédito para jovens de perfil empreendedor;
  • Programa temporário de experiência no trabalho no setor público e privado (modelo de jovem aprendiz), incorporando assistência e aconselhamento aos mais vulneráveis.
  • Subsídio parcial para qualificação profissional de recém-contratados (on the job training), com participação de organizações de trabalhadores para a efetividade do programa (qualidade do treinamento);

Ciro Gomes (PDT):

O Brasil precisa de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que compreenda a importância da educação e invista em todos os seus níveis. O Ceará hoje conta com quase 60% de suas matrículas do ensino médio com cursos profissionalizantes em tempo integral.

Os alunos já saem da escola com estágio remunerado pago pelo governo em empresas de sua própria região. A grande maioria é contratada pelas empresas após o período de experiência. Isso é possível levar para todo Brasil.

Para além disso, é fundamental reativar as mais de 14 mil obras paradas no Brasil. Elas geram emprego rapidamente e principalmente em funções que não exigem alta escolaridade.

No entanto, é fundamental expandir também o ensino superior no Brasil e garantir acesso para a maioria de nossos jovens.

André Janones (Avante):

O ideal não é discutir subemprego para quem não tem qualificação, sim, gerar qualificação para dar dignidade ao jovem.

Falta a que aproveita a vocação que a geração de hoje esbanja e mais ainda as que estão chegando. Isso limita a possibilidade de emprego e rouba dignidade dos mais jovens.

O Brasil precisa oferecer formação profissional de acordo com os tempos em que estamos. Não podemos mais tolerar o analfabetismo, que voltou a crescer, ou que 87% dos jovens não falem inglês em um momento de oportunidades globais.

Simone Tebet (MDB):

É inegável que gerar empregos é uma ação urgente no Brasil. E sabemos que quando a crise bate na porta ela é mais cruel com os menos qualificados.

Ampliar os postos de trabalho é crucial, mas, para isso o Brasil precisa de um bom ambiente de negócios para dar segurança jurídica e institucional, com regras claras, para empreendedores, empresários e investidores.

Neste cenário conturbado que vivemos, os jovens são os mais afetados, pois, não precisam só de emprego, mas de qualificação na busca de uma melhor colocação no mercado de trabalho. A baixa escolaridade gera emprego de baixa qualidade. Assim, educação e qualificação são palavras-chave desde já para o país.

Por isso, precisamos com urgência de um ensino técnico vocacionado, voltado para as aptidões dos nossos jovens. É necessário ainda avançar com a reformulação do Ensino Médio. Com educação, tecnologia e inovação os jovens do Brasil poderão olhar para o futuro.

Felipe d’Avila (Novo):

Primeiro temos que atacar a raiz do problema, que é a baixa escolaridade; e, no caso desses jovens, o incentivo ao ensino técnico e profissionalizante é fundamental.

Isso deve ser feito de forma descentralizada, com cada região de cada estado oferecendo cursos técnicos voltados às suas vocações produtivas, seja no agro, no setor metalmecânico, turismo etc.

Sobre o desemprego que esses jovens enfrentam hoje, é preciso fazer a economia voltar a crescer, para gerar mais oportunidades, e é preciso modernizar a legislação trabalhista.

Nossas leis trabalhistas dificultam o emprego formal criando muitos encargos e dificuldades para quem quer contratar, e quem mais sofre com essas barreiras são os trabalhadores com menos experiência e qualificação – esses jovens de 18 a 29 anos com baixa escolaridade.  Acabar com o monopólio da CLT nas leis trabalhistas vai abrir as portas para muitos jovens que ainda não tiveram uma oportunidade.

Luciano Bivar (União Brasil):

Nosso plano de governo inclui amplo incentivo ao primeiro emprego de jovens, começando pela isenção de tributos no primeiro ano para empresas que contratarem jovens sem experiência.

Por meio da implementação do Imposto Único Federal (IUF), será possível desonerar a folha de pagamentos e destravar a economia. Além disso, considero essencial investir nos ensinos técnico e profissionalizante.

 

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Jamille Novaes
Baiana, formada em Letras Vernáculas pela UESB, pós-graduada em Gestão da Educação pela Uninassau. Apaixonada por produção textual, já trabalhou como corretora de redação, professora de língua portuguesa e literatura. Atualmente se dedica ao FDR e a sua segunda graduação.