Uma pesquisa, baseada em 31 produtos e serviços do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M), indicou que os presentes e serviços mais buscados para o Dia das Mães registraram, nos últimos 12 meses, a maior alta para essa cesta nos últimos 20 anos.
O levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), aponta que, nos últimos 12 meses, houve um aumento de 9% nos presentes e serviços mais procurados para o Dia das Mães. A elevação ficou pouco abaixo da inflação acumulada no período, de 10,37%.
Segundo a pesquisa, os serviços lideraram a inflação, com aumento de 13,79%. As passagens aéreas puxaram esta cesta, com elevação de 72,83% nos preços. Ainda sobre os serviços, houve alta significativa em restaurantes (8,13%) e hotéis (5,72%).
As melhores opções de programa para o Dia das Mães
De acordo com o pesquisador e economista do Ibre, Matheus Peçanha, as atrações culturais continuam sendo as melhores alternativas para um bom programa com as mães — assim como foi no ano passado.
Isso porque oferecem preços próximos da estabilidade. Entre as atrações culturais, estão os shows (0,12%), cinemas (1,33%) e teatros (1,42%).
Na visão de Peçanha, a retomada pós-pandemia de coronavírus tem importante nessa dinâmica. Ele explica que o setor de turismo registrou um aumento na demanda — que estava reprimira desde a pandemia.
Já com relação aos restaurantes, ainda existe o agravante do custo dos alimentos. A Inflação recente tem sido potencializada por estes itens, segundo informado pelo economista.
Variação nos valores dos presentes de Dia das Mães
Sobre os presentes mais oferecidos às mães nessa data especial, Peçanha informou que a cesta de 22 bens duráveis e semiduráveis registrou aumento médio de 4,25%.
De modo especial, os grandes reajustes foram vistos nos eletrodomésticos e no setor têxtil: cama, mesa e banho (11,04%), geladeira e freezer (8,73%) e máquina de lavar (7,5%).
Na outra ponta, as menores altas foram observadas em itens como perfume (0,15%), computadores e periféricos (0,34%), celulares (0,65%) e artigos de maquiagem (0,92%).
Com relação aos presentes, o economista alega que a questão parece ser a inércia. O custo da indústria de bens duráveis passou por uma fase difícil. Houve elevações acumuladas das commodities metálicas em 2020 e 2021. Mas, após isso, a matéria-prima chegou a um nível de estabilidade.
No entanto, Peçanha informa que nem os benefícios tarifários oferecidos pelo governo parecem causar efeito para segurar a persistente (mas fraca) volatilidade nos valores ao consumidor final.