Conheça o erro que fez as bolsas da Europa perderem 300 bilhões de euros em 5 minutos

Na última segunda, 2 a mesa de operações do Citigroup em Londres foi o responsável pelo crash relâmpago que derrubou as ações de toda a Europa. O erro de um operador causou a venda automática de ações suecas que originou estragos em Bolsas de Paris a Varsóvia em um intervalo de apenas cinco minutos.

O Citi explicou que o erro aconteceu no momento em que o operador “inseriu uma transação” no sistema e que a falha foi corrigida “poucos minutos” depois.

Em um determinado momento, o mais importante índice europeu teve uma perda de 3% eliminando € 300 bilhões. O acontecimento trouxe novamente ao foco questões sobre como grandes companhias financeiras poderiam evitar falhas como essa e se os mercados tem salvaguardas o bastante  para repará-los. 

“A realidade é que, apesar de todos os sistemas de controle sofisticados, grande parte das negociações ainda são manuais e conduzidas por humanos, o que significa que o “dedo gordo”, expressão usada para erros de digitação, não é apenas uma metáfora, explicou Oliver Scharping, gerente de portfólio da Bantleon.

Na visão do Citigroup, o acontecimento serviu como lembrete do trabalho que precisa ser feito, ao passo que a CEO Jane Fraser faz campanhas para salvar a reputação do banco.

A empresa vinha ganhando uma reputação não tão boa há dois anos, quando funcionários remeteram erroneamente cerca de US$ 1 bilhão aos credores da empresa de cosméticos americana Revlon. Esta falha originou uma longa e embaraçosa batalha judicial para recuperar os fundos.

Após isso, o mais importante índice da Bolsa da Suécia fechou em baixa de 1,9%, quase  em linha com a queda nos mercados europeus. No decorrer do dia, chegou a cair 8% por conta da falha do operador.

Olivier disse que o feriado bancário no Reino Unido na segunda ajudou para a perda temporária de € 300 bilhões nos mercados europeus, uma vez que a movimentação nas Bolsas era mais baixo que o normal.

“A negociação de ontem causou um dos maiores ‘flash crashes’ de que nossa equipe pode se lembrar, pois atingiu um buraco de liquidez bastante grande”, disse.

Paulo AmorimPaulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.