Nesta quinta-feira (28), o dólar vem operando em alta, chegando a ser cotado acima de R$ 5. No dia anterior, a moeda norte-americana chegou ao patamar de R$ 5,0403, mas encerrou o dia em queda de 0,45%, a R$ 4,9675. Essa desvalorização aconteceu após três pregões em alta.
Diante do resultado registrado no último pregão, a moeda americana passou acumular aumento de 4,38% em abril. Apesar disso, o dólar ainda opera em queda no ano, de 10,89%.
Fatores que explicam a alta do dólar
Segundo especialistas consultados pelo Globo, existem alguns fatores que explicam o aumento do dólar em relação ao real.
Devido à propagação do coronavírus na China, várias cidades têm adotando o lockdown. Com isso, a produção em diversas fábricas vem sendo afetada.
Por conta do impacto da doença na economia chinesa, as cotações de commodities recuaram nos últimos dias. Isso afeta nações exportadoras de matérias-primas, como é o caso do Brasil.
A inflação global também preocupa. Este cenário faz com que os bancos centrais reconsiderem as políticas monetárias — e indiquem novos aumentos nos juros.
O aperto monetário torna os investimentos em renda fixa mais atrativos. Com o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), os títulos do Tesouro americano passam a ter melhor rendimento. Esses títulos são vistos como as aplicações mais seguras do mundo.
A guerra na Ucrânia também afeta o cenário global. O conflito entre Rússia e Ucrânia já se estende há dois meses, sem previsão de que o caso seja resolvido no curto prazo. Diante das sanções do Ocidente à Rússia, a cotação do petróleo subiu.
A diminuição da oferta de certos produtos, devido à guerra, houve escalada nos reajustes de alimentos vendidos nas prateleiras.
O panorama político também segue no radar do mercado. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro concedeu indulto ao deputado Daniel Silveira. Isso aconteceu após este ser condenado à prisão por ameaçar e incitar à violência contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A medida tomada por Bolsona divergências entre os Três Poderes, de forma a provocar um risco institucional. A decisão do presidente da República tem sido alvo de questionamentos.