Após atingir diversos países, uma onda de demissões voluntárias chega ao Brasil. Levantamento feito com 48 gestores de RH de grandes empresas aponta que mais da metade perceberam esse movimento.
O Brasil segue apresentando altas taxas de desemprego, 11,2% (12 milhões de brasileiros) no trimestre encerrado em fevereiro.
Teoricamente isso faria com que um grande número da população estivesse em busca de oportunidades.
No entanto, não é bem isso que tem sido notado por grande parte dos diretores de recursos humanos de empresas de vários setores.
Demissões voluntárias no Brasil
Praticamente todos os países estão passando por uma onda de demissões voluntárias, reflexo da pandemia, que levou os funcionários a preocupar muito mais com a qualidade de vida e ir em busca de oportunidades que viabilizem isso ou até mesmo iniciar seu próprio negócio.
Nos Estados Unidos, o número de demissões voluntárias também tem batido recorde nos últimos meses.
Para o economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi, que fez um levantamento sobre o tema, essa é uma mudança de comportamento influenciada pela pandemia.
No Brasil, o estudo “Grande renúncia – A onda demissionária resignada no Brasil”, obtido pela Valor aponta que 52% dos diretores de recursos humanos de grandes empresas afirmam ter percebido esse fenômeno no país.
Ainda de acordo com essa análise, para 36% desses gestores essa onda deve crescer ainda mais com a retomada total do trabalho presencial.
O levantamento, da consultoria organizacional Blue Management Institute (BMI), ouviu, na segunda quinzena de março, foram 48 líderes de RH de empresas com receita anual acima de R$ 1 bilhão.
“O objetivo foi identificar percepções e medir a temperatura dos principais CHROs [diretores de RH] brasileiros sobre o comportamento da demissão voluntária, já identificado em países como os Estados Unidos”, explica Daniel Augusto Motta, sócio-fundador e presidente da BMI.
Essa onda foi efetivamente percebida agora, mas estava em formação desde o ano passado quando a empresa de recrutamento Robert Half realizou um levantamento em novembro.
Foram ouvidos profissionais acima de 25 anos que pretendiam buscar novas oportunidades; e 37% deles afirmaram que o desejo era por melhores salários, 19% pretendiam aprender algo novo e 12% tinham expectativa de melhorar a qualidade de vida.
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