INSS: pessoas com deficiência esperam quase 1 ano para receber benefício

INSS atrasa a concessão de seus benefícios. Um levantamento realizado pelo portal Extra relevou que a previdência social está demorando mais de um ano para aprovar os abonos destinados às pessoas com deficiência. De acordo com a reportagem, os principais afetados são os segurados do BPC. Entenda.

INSS: pessoas com deficiência esperam quase 1 ano para receber benefício (Imagem: FDR)
INSS: pessoas com deficiência esperam quase 1 ano para receber benefício (Imagem: FDR)

Há mais de um ano a população vem sentindo os impactos da crise administrativa do INSS. Desde a aprovação da reforça da previdência, em 2019, o órgão enfrenta problemas com relação ao seu atendimento. As filas de concessão dos abonos já chegaram a ultrapassar o número de 1 milhão de pessoas.

Deficientes aguardam aprovação do INSS

Segundo a reportagem feita pelo Extra, os cidadãos portadores de alguma deficiência estão esperando cerca de onze meses e três dias para ter o retorno de seus abonos. Parte significativa busca um salário vinculado ao Benefício de Prestação Continuada (BPC/Loas), no qual tem como público alvo os mais vulneráveis.

Já no caso da aposentadoria por invalidez, a espera é de aproximadamente sete meses. É válido ressaltar, no entanto, que o período violar o limite determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o prazo legal, o INSS deve retornar ao segurado em até 90 dias, caso contrário fica sujeito a multas.

— Os segmentos mais vulneráveis como pessoas com deficiência e trabalhadores que dependem do auxílio-doença, por exemplo, continuam sendo os mais prejudicados por causa da necessidade de avaliação médica e social presencial — afirmou a defensora pública federal, Fernanda Hahn.

Perícia médica atrasa o processo de aprovação dos abonos

O principal motivo de atraso para os benefícios por invalidez está relacionado a perícia médica. Para quem depende desse procedimento, a greve dos profissionais resulta em uma espera ainda maior.

Há meses os peritos protestam contra melhorias nas suas condições de trabalho. Atualmente apenas cerca de 20% dessa categoria permanece na luta pelo reajuste salarial. Não há ainda uma previsão de resolução do caso.

De acordo com o levantamento do Extra, o volume represado de pedidos de aposentadoria por invalidez, auxílio-doença e acidente de trabalho foi de 254.023 em julho de 2019 para 964.560 em março deste ano, o que significa um aumento de 280% no período.

 

Eduarda AndradeEduarda Andrade
Doutoranda e mestra em ciências da linguagem pela Universidade Católica de Pernambuco, formada em Jornalismo na mesma instituição. Atualmente se divide entre a coordenação de edição dos Portais da Grid Mídia e a sala de aula. - Como jornalista, trabalha com foco na produção e edição de notícias relacionadas às políticas públicas socias e economia popular. Iniciou sua trajetória no FDR há 7 anos, ainda como redatora, desde então foi se qualificando e crescendo dentro do grupo. Entre as suas atividades, é responsável pela gestão do time de redação, coordenação da edição e analista de dados.