Polêmica: Exército gasta quase R$ 3,5 milhões em próteses penianas

A polêmica com relação aos gastos do Exército Brasileiro continua. Dessa vez, foi revelado que a organização autorizou pregões para compra de 60 próteses penianas infláveis de silicone, que poderiam ter custo total de R$ 3.475.947,30. As informações constam no Portal da Transparência e no Painel de Preços do governo federal.

O Exército, no entanto, alegou em nota que apenas três próteses foram adquiridas e que as 60 unidades indicadas nos documentos seriam apenas uma “estimativa constante na ata de registro de preços e não efetivamente o que foi empenhado, liquidado e pago pelas Organizações Militares de Saúde”.

O exército alegou, ainda, que é dever do seu sistema de saúde “atender a pacientes do sexo masculino vítimas de diversos tipos de enfermidades que possam requerer a cirurgia para implantação da prótese citada”.

O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) e o senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), no entanto, alegam que o gasto de R$ 3,5 milhões foi realmente feito pelo Exército. Os parlamentares foram os primeiros a denunciar o caso e entraram com representações na terça-feira (12) no Tribunal de Contas da União e na Procuradoria-Geral da República. Foi o deputado Vaz que denunciou anteriormente a compra de 35 mil comprimidos de Viagra pela instituição.

As próteses, entregues para hospitais em São Paulo e Mato Grosso do Sul, teriam de 10 cm a 20 cm. Elas foram adquiridas em três pregões, realizados entre 2020 e 2021:

  • No primeiro pregão, foram adquiridas 10 unidades com valor unitário de R$ 50.149,72
  • No segundo pregão, foram adquiridas 20 unidades com valor unitário de R$ 57.647,65
  • No terceiro pregão, foram adquiridas 30 unidades com valor unitário de R$ 60.716,57

Viagra

Na segunda-feira (11), o deputado Elias Vaz pediu explicações ao Ministério da Defesa em relação à compra de 35 mil comprimidos de Viagra, medicamento conhecido pelo uso no tratamento de disfunção erétil.

“VIAGRA NO GOVERNO. É isso mesmo que você leu! Fiz um novo levantamento e descobri que as Forças Armadas aprovaram a compra de 35 mil unidades de viagra”, postou o parlamentar no twitter.

O Ministério da Defesa, por sua vez, respondeu que os comprimidos foram adquiridos para o tratamento de hipertensão arterial pulmonar (HAP) e esclerose sistêmica e que foram repassados para o Ministério da Saúde.

Especialistas, no entanto, apontam que a dosagem do medicamento adquirido (25 mg e 50 mg) é indicada para disfunção erétil. A HAP, por exemplo, requer comprimidos de sildenafila (nome genérico do Viagra) com dosagem de 20 mg.

Amaury Nogueira
Nascido em Manga, norte de Minas Gerais, mora em Belo Horizonte há quase 10 anos. É graduando em Letras - Bacharelado em Edição, pela UFMG. Trabalha há três anos como redator e possui experiência com SEO, revisão e edição de texto. Nas horas vagas, escreve, desenha e pratica outras artes.