Os consumidores se enganaram caso tenham acreditado que, após o recente reajuste no preço dos medicamentos em 10,89%, o bolso teria uma folga. Pois aqueles que ainda possuem condições de pagar planos de saúde, deverão se preparar para um reajuste nos valores.
A medida contempla os planos de saúde individuais, porém, o anúncio oficial deve ser realizado apenas em maio. A previsão é para que os novos valores já comecem a vigorar no mesmo período. Mas antes, é preciso aguardar para saber quais serão as decisões tomadas durante a reunião da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Neste sentido, especialistas e analistas do setor de saúde já têm feito projeções acerca dos reajustes nos planos de saúde. A previsão é para que superem o recorde registrado em 2016, atingindo a marca variável de 15% a 28,2%. Em 2021, os planos individuais foram comercializados com 8,2% de desconto em virtude da redução na demanda quanto ao uso de serviços médicos disponíveis em 2020.
Vale mencionar que a menor projeção de aumento dos planos de saúde está presente em um relatório do banco de dados da BTG Pactual, apontando uma correção de 15%. Por outro lado, um estudo é feito pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), com o propósito de analisar a variação dos custos médico-hospitalares direcionados a 704,9 mil beneficiários de planos individuais.
Desta forma, foi possível elaborar um cálculo que indica a alta de 18,2% durante o período de 12 meses encerrado em junho de 2021. Em contrapartida, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), prevê um reajuste na margem de 16,3% nos planos de saúde.
Na oportunidade, o superintendente executivo da Abramge, Marcos Novais, declarou que os custos do material descartável e equipamentos importados também geram impactos expressivos para os serviços dos planos de saúde.
“O setor registra um aumento de custos no período. Observados um novo padrão de utilização dos serviços após a pandemia. As altas nos preços dos medicamentos, em dois anos, somam quase 24%, o que é significativo para as operadoras”, pontuou.
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), disse que um conjunto de fatores têm o poder de impactar no reajuste de planos de saúde. Por exemplo, o aumento no preço dos medicamentos e insumos médicos, o aumento do uso de recursos dos planos e a incorporação de novas coberturas obrigatórias aos planos de saúde como medicamentos e procedimentos.
A federação ainda completou alegando a maneira como a alta da inflação que atingiu um índice de dois dígitos pode impactar este setor. E não para por aí, pois o alta da sinistralidade e forte retomada de procedimentos eletivos costumam ser aguardados junto aos impactos de tratamentos da chamada de Covid longa.
Segundo a OMS, ela é responsável por atingir entre 10% a 20% dos que contraíram o vírus, o equivalente a 6 milhões de pessoas no Brasil.