Reservas internacionais do Brasil voltam a ficar no vermelho após 6 anos

No último ano, as reservas internacionais do Brasil obtiveram uma rentabilidade negativa de 0,62%, em decorrência da valorização do dólar no período, de acordo com dados do Banco Central divulgados ontem, 31. Estes dados revelaram que nenhum resultado negativo não foi registrado nos últimos seis anos.

Estes dados integram o Relatório de Gestão das Reservas Internacionais que é feito todos os anos pelo BC.

No encerramento de 2021, as reservas internacionais do país estavam em US$362,20 bilhões, montante um pouco mais cheio do que o contabilizado no final de 2020, quando ele ficou em US$355,62 bilhões.

Paridade de moedas

A paridade das moedas utilizadas para investimentos das reservas em relação ao dólar, está entre os fatores que influenciam a rentabilidade. De acordo com o Banco Central, como dólar se valorizou em comparação com as outras moedas dos ativos que integram as reservas, no ano foi registrado um resultado cambial negativo de 0,82% nesta conta.

Os níveis de juros também influenciam a rentabilidade. Em 2021 aconteceu uma pequena alta de juros nos Estados Unidos, o que fez com que os títulos que anteriormente já estavam sob gestão do Banco Central se desvalorizassem.

Por outro lado, esta perda foi compensada através de um bom resultado nos investimentos em títulos indexados à inflação americana e títulos públicos chineses, além de ganhos com índice de ações dos EUA.

No fim de 2021, um resultado positivo de 0,2% foi proveniente destes movimentos ligados aos juros.

“Considerando conjuntamente essas contribuições (de níveis de juros e paridade das moedas), as reservas internacionais brasileiras apresentaram resultado em 2021 de -0,62%”, informou o BC.

Em 2020, a rentabilidade ficou em 5,57%. Considerando os últimos anos, 2015 foi a última vez que um resultado negativo foi registrado, ficando no vermelho em 1,60%.

Reais 

Outra metodologia que mede a rentabilidade em reais, mostrou que os resultados das reservas em 2021 ficou em 6,27%, se tornando o pior da série. No entanto, o BC diz que esta não é a melhor medida a ser utilizada.

“Como as reservas são aplicadas no mercado internacional, a apuração em reais incorpora a flutuação da taxa de câmbio entre o real e as outras moedas, o que dificulta a análise da rentabilidade em diferentes mercados”, explicou.

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Paulo Amorim
Paulo Henrique Oliveira é formado em Jornalismo pela Universidade Mogi das Cruzes e em Rádio e TV pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Atua como redator do portal FDR, onde já cumula vasta experiência e pesquisas, produzindo matérias sobre economia, finanças e investimentos.