Especialistas afirmam que “reciclar” questões no Enem 2022 pode fragilizar o exame nacionalmente. O método de correção das provas deve permanecer o TRI mesmo após as mudanças já anunciadas.
O Exame Nacional do Ensino Médio está passando por reformulações, por sinal ele deve ficar um pouco mais sofisticado e atender de forma direta o ensino médio, que também sofreu alterações.
No entanto, uma questão tem levantado questionamentos nos últimos dias, a possibilidade de um “reaproveitamento” de questões no exame.
Mudanças no Enem
Há algumas semanas as mudanças propostas para o exame foram anunciadas, elas não serão implementadas no Enem 2022.
Mas em 2024, quando todo o plano de mudanças no Ensino Médio estará concretizado.
No último dia 29 de março, o UOL divulgou um documento enviado pelos novos coordenadores e diretores do INEP à Danilo Dupas onde sugerem a reutilização de questões de edições anteriores do exame na prova do Enem 2022.
“Considerando a possibilidade de reutilizar 4.680 itens, que foram aplicados para milhões de candidatos nas edições realizadas no Enem, não haverá a necessidade de executar novos pré-testes para viabilizar as edições 2022 e 2023”, diz o documento interno, obtido pelo UOL, que foi enviada ao presidente do Inep, Danilo Dupas.
A justificativa para essa reutilização das questões seria a escassez do Banco Nacional de Itens (BNI), que é utilizado para nutrir o exame.
Claudia Costin, diretora do Ceipe (Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais) da FGV também já foi diretora de educação do Banco Mundial, criticou a forma como as coisas estão sendo conduzidas.
“É importante ouvir educadores, o Consed [grupo que reúne secretários de educação estaduais], a Undime [dos secretários municipais] e os especialistas em Educação sobre o que deve ser feito com o Enem até 2024, afirmou ela.
Essa reutilização de questões acontecerá apenas se Dupas autorizar, ele já recebeu o documento com a recomendação, mas, ainda não se manifestou.
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