Fundos Imobiliários: dois meses após ‘polêmica’ com a CVM, aluguel de cotas de fundo cresce 5 vezes

Dois meses atrás, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionou a oferta de dividendos de um dos principais fundos imobiliários do país, o Maxi Renda. Desde então, o aluguel de cotas deste FII cresceu quase cinco vezes. O levantamento foi realizado pela Economatica, e divulgado pelo InfoMoney.

Fundos Imobiliários: dois meses após 'polêmica' com a CVM, aluguel de cotas do fundo cresce 5 vezes
Fundos Imobiliários: dois meses após ‘polêmica’ com a CVM, aluguel de cotas do fundo cresce 5 vezes (Imagem: Montagem/FDR)

De acordo com o estudo sobre o Maxi Renda, nos últimos dois meses, o número de cotas emprestadas aumentou de quase 145 mil para 771 mil. O volume financeiro movimentado pelos papéis saltou de R$ 1,435 milhão, em 24 de fevereiro, para mais de R$ 7 milhões, em 24 de março.

Em dezembro do ano passado, o colegiado da CVM, por maioria de votos, interpretou que um fundo imobiliário não poderia oferecer mais dividendos do que o lucro contábil acumulado pela carteira.

Na hipótese de prejuízo contábil, precisaria haver suspensão do rendimento ou repasse em forma de amortização. Ou seja, o patrimônio deveria ser devolvido.

A visão do colegiado se baseou nas demonstrações financeiros, de 2014 a 2020, do Maxi Renda. Neste período, o FII registrou prejuízo contábil. Apesar disso, os dividendos continuaram sendo distribuídos. O fundo imobiliário recorreu da medida. O caso segue sem definição.

O aluguel de cotas de fundos imobiliários

O empréstimo de ativos é uma prática comum na Bolsa de Valores. Geralmente, este recurso é usado por investidores que preveem uma desvalorização dos ativos.

A operação de empréstimo de ativos permite ao investidor, que tem cotas de FIIs ou ações na carteira, a chance de emprestar o papel para outros investidores. A medida ocorre mediante a cobrança de uma taxa de “aluguel”.

Essa tendência acontece em meio a um cenário de perdas para o Maxi Renda. Desde 24 de janeiro, as cotas deste FII caíram quase 10% — equivalente a R$ 1. Este recuo acontece após a valorização de quase 4% em dezembro do ano passado.

Ao InfoMoney, o analista independente de fundos imobiliários da OHM Research, Arthur Faviero, este é “um comportamento esperado de aversão ao risco”.

Quando surgem notícias como a do Maxi Renda, que até poderia afetar a rentabilidade passada, o analista entende ser normal a fuga de investidores. Faviero, inclusive, esperava uma redução ainda maior — por conta do reflexo que uma decisão como esta pode causar.

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Silvio Suehiro
Silvio Suehiro possui formação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atualmente, dedica-se à produção de textos para as áreas de economia, finanças e investimentos.